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Tensão entre EUA e China beneficia grãos e carnes do Brasil

O professor da USP Celso Grisi analisa a escalada no conflito geopolítico das duas maiores potências econômicas mundiais

Pequim ordenou  na sexta-feira, 24, o fechamento do consulado dos Estados Unidos em Chengdu, no sudoeste da China. A decisão é uma retaliação após Washington pedir, também na última semana, o encerramento da missão diplomática do país asiático no Texas.

O chanceler chinês, Wang Yi, culpou os Estados Unidos pelas tensões nas relações sino-americanas. Pequim alega que a medida é uma “resposta legítima e necessária para o comportamento irracional dos Estados Unidos”.

E todo esse nervosismo entre os dois países afetou a confiança de investidores internacionais. As bolsas asiáticas fecharam em baixa, como a de Shanghai, que apresentou queda de 3,86% nesta sexta-feira, 24.

O professor de economia da Universidade de São Paulo (USP) Celso Grisi acredita que podemos tirar grande vantagem da tensão entre os países. “Naturalmente, as compras chinesas busca uma outra alternativa [aos EUA] na medida que essas tensões se agravam, e a alternativa é o Brasil, com sua produção agropecuária”, comenta.

Entretanto, segundo ele, o Brasil precisa ser manter equidistante dessas duas potências econômicas para conseguir manter uma relação de diplomacia econômica pragmática.

De acordo com Grisi, os produtos que mais se beneficiarão serão os grãos, especialmente milho e soja, e as carnes, com destaque para frangos e suínos.