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Trigo: conheça biotecnologias que podem reduzir pragas e doenças

Durante a Expoagro Cotricampo, empresas voltadas para a cultura mostraram novidades para o produtor rural que investe nesta cultura de inverno

O trigo é a principal cultura de inverno do Rio Grande do Sul, com uma área plantada estimada em mais de 735 mil hectares. Durante a Expoagro Cotricampo, que acontece em Campo Novo (RS), produtores puderam conhecer as novidades em biotecnologia que prometem reduzir a ocorrência de pragas e doenças nas lavouras.

Desde a semente até a farinha a tecnologia está presente. A qualidade final do produto começa lá atrás, como no caso de uma  cultivar que é mais resistente ao herbicida que combate a azevém e a aveia na plantação de trigo. A biotecnologia pode ser plantada, inclusive, em solo condenado por ervas daninhas.

“Tem produtores que já estão limitados de plantar trigo em algumas áreas por motivo de infestação de azevém e aveia. Então, essa tecnologia vai permitir que ele volte a cultivar o trigo, que é uma cultura que traz valor agregado em termos de cultivo, diferente de outras culturas de inverno não têm valor agregado e serve apenas para cobertura de solo e tudo mais, já o trigo tem esse apelo financeiro”, disse o técnico comercial da Biotrigo, Jeferson Rocha.

Para dessecar o solo, um novo produto promete agir com maior rapidez, adiantando o plantio em 5 dias, com uma quantidade 35% menor  de produto. “É um princípio novo. São sais que atuam juntos a esse produto, isopropilamina e o sal potássio, e isso vai fazer com que a dessecação seja bem mais eficiente e, acima de tudo, seja rápido, porque o tempo hoje para nós é fundamental”, ressaltou Celso Mena Barreto, representante da Ourofino, ao lembrar de outra etapa importante da cultura do trigo.

Semeando a lavoura

Na hora de plantar uma semeadora para grãos finos de 23 linhas facilita o uso em áreas irregulares e o plantio em solo úmido, como nos explicou Lucian Novaczyk, da Mengo/NK. “Com esse solo úmido, você consegue plantar antes e fazer um bom plantio por causa da tecnologia dela que permitem isso. E o ângulo do disco duplo do ataque ao solo é mais fechado, então ocasiona três dias antes em solo com umidade”, disse.

Com tanta inovação e investimento em tecnologia, a cultura do trigo brasileiro não é mais vista como de má qualidade como antigamente. O Rio Grande do Sul, que é o segundo maior produtor de trigo e deve colher em 2020 cerca de 1,980 milhão de toneladas.

“A qualidade do nosso produto é excelente e não é de hoje. A cooperativa trabalha com  obtentoras que trazem qualidade para o grão. A gente sabe que o trigo da Argentina tem qualidade, mas nós não necessitamos dentro da nossa mescla do trigo argentino, porque nós temos um trigo branqueador também, um trigo melhorador aonde a gente consegue agregar valor à farinha para poder distribuir para os nossos clientes”, disse o presidente da Cotricampo, Gerson Bridi.