Conheça o simgir, gado que acaba de chegar ao país

Criador de Uberlândia lança projeto para a introdução da raça, que resulta do cruzamento do gir leiteiro com o simental

Fonte: Henrique Bighetti/Canal Rural

De um lado, a rusticidade do zebu. Do outro, o potencial produtivo do gado europeu. A simgir é uma raça produzida pelo cruzamento do gir leiteiro com o simental. No Brasil, os primeiros exemplares são bezerras nascidas há 75 dias, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Elas são os primeiros resultados do projeto de Sergio Vieira Attie, criador que sonha em  introduzir essa espécie no Brasil.

“Na América Central e do Sul, esse cruzamento tem dado muito certo por causa da rusticidade. Eu tenho um gado de dupla aptidão, rústico, e coloquei o gir leiteiro em cima e quero produzir um produto mais rústico ainda, adaptado ao nosso clima tropical. E é uma rês extremamente fértil e lucrativa para a propriedade”, diz Attie.

Para o próximo ano estão programados o nascimento de mais 25 bezerras. Nesse processo, o criador utiliza a técnica de transferência de embriões. As doadoras são matrizes da raça simental,  inseminadas com o material genético de touros gir leiteiro, alojados em centrais de inseminação.

“Qualquer vaca rústica de corte como uma vaca nelore, por exemplo, produz apenas um bezerro por ano. Uma vaca simgir vai produzir o mesmo bezerro de cruzamento industrial todo o ano e ainda vai dar leite oito meses. Então ela vai garantir o dobro de produtividade”, afirma Attie

O simgir tem dupla aptidão e pode ser utilizado tanto na produção de leite como de carne. Esta característica é formada por meio da heterose entre o cruzamento de raças zebuínas e europeias.

Segundo José Otávio Jacomini, professor de medicina veterinária da Universidade Federal de Uberlândia, o gir tem um potencial para leite muito bom. “E nós vamos combinar com o simental, que possui potencial para leite e carne, com uma rusticidade que é peculiar dessa raça. As raças europeias não são muito rústicas nas condições tropicais, mas o simental que nós estamos trabalhando aqui resiste bastante a essas condições desfavoráveis da nossa pecuária.”

Nota: esta reportagem foi uma sugestão da telespectadora Adriana Dorazi dos Santos, de Cravinhos, interior de São Paulo. Faça como ela e envie mensagens pra gente pelo site do canal rural, pela nossa página no facebook ou pelo whatsapp: (11) 9-8524-0073. Participe!

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