Economia

Caixa vai disputar liderança do mercado de agronegócio do Brasil, diz Pedro Guimarães

Em entrevista ao programa Mercado & Companhia, o presidente da Caixa Econômica Federal disse que o banco não será privatizado

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, disse nesta terça-feira (25), em entrevista ao Mercado & Companhia, do Canal Rural, que a instituição financeira controlada pelo governo federal pretende ser o maior banco do agronegócio em dois anos.

“Em um ano, nós passamos do 8º lugar para o 3º lugar [no setor], e em três meses, nós seremos o 2º lugar. Em dois anos, certamente, vamos disputar a liderança do mercado de agronegócio do Brasil”, diz Guimarães.

No ano passado, a Caixa bateu recorde de contratações no crédito rural, com R$ 16,8 bilhões. O volume é 113,19% maior frente ao mesmo período de 2020. De janeiro a dezembro de 2021, foram assinados mais de 9,1 mil contratos. Para este ano, o banco preparou condições especiais para seus clientes, como redução de taxas e tarifas.

Segundo Pedro Guimarães, em 2022 não será diferente. “O que acontecia? A Caixa não focava nos pequenos produtores. Nós vamos aumentar em 1.000 vezes o volume de empréstimos para os pequenos produtores. Antigamente, a Caixa repassava esse dinheiro para outros bancos e cooperativas de crédito, através do Pronaf e do Pronamp. Nós decidimos acabar com os repasses [e assumir a operação]“, conta.

Ainda de acordo com o executivo, o banco está dialogando com os produtores rurais em diferentes regiões do país para facilitar o acesso ao crédito. “Nós queremos ouvir e desenvolver soluções para o pequeno produtor. O grande produtor não será o foco da Caixa”, afirma.

Para chegar aos produtores, revela Guimarães, a Caixa Econômica Federal anunciou uma abertura de 100 novas unidades especializadas em agronegócio. “Poderemos abrir mais”, complementa.

Sobre a taxa de juros do Plano Safra, desde que a Caixa Econômica entrou na operação, o banco buscou, com rentabilidade, ter as menores taxas. “Esse é o nosso foco, mais do que no capital de giro, é transformação de valor no médio prazo. […] Por isso, nós temos cem agências focadas no agronegócio”.

Sem dar muitos detalhes, Guimarães afirmou que a Caixa está estudando a implementação de uma linha de crédito abaixo do Pronaf.  “A Caixa está de braços abertos. Nós precisamos do contato com os produtores. Não vamos prometer o que não podemos fazer, mas vamos trabalhar com os pequenos produtores na construção de novas soluções. Nesta quarta-feira, nós vamos lançar uma solução exclusiva para os caminhoneiros”, revela.

Privatização da Caixa

Durante a entrevista, que também contou com a participação do comentarista do Canal Rural Miguel Daoud, Pedro Guimarães disse que não existe “nenhuma discussão” sobre a privatização do banco.

“Quando assumimos o governo, a Caixa estava nas páginas policiais. Não prestava no agro, era o quarto banco imobiliário. Nós resolvemos isso, não tem problemas de governança, nenhum problema de ressalva em balanço. Hoje, ela [a Caixa] é um exemplo. Nós fizemos toda a parte social do auxílio emergencial, no crédito agrícola e imobiliário. Não há discussão de privatização, inclusive por determinação do presidente Bolsonaro. Inclusive, pelo papel social do banco. Enquanto houver uma desigualdade social relevante no Brasil, eu não consigo ver o país sem uma Caixa Econômica Federal. Nós estamos onde ninguém está”.

Política

Questionado sobre a possibilidade de ser vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL) na eleição deste ano, Pedro Guimarães, emocionado, não respondeu. Mas disse que sente “orgulho imenso de ser presidente da Caixa Econômica”.

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Presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. Foto: Caixa Econômica