Tempo

Chuva deve retornar ao Sul enquanto Sudeste segue com tempo seco

A previsão do tempo mais estendida indica chuva mais intensa somente na segunda semana de maio para áreas do Sudeste

A partir de agora, a chuva dá trégua e o tempo seco vai predominar por um período prolongado sobre boa parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste. Nas áreas que não receberam chuva forte, a baixa umidade do solo vai diminuir a produção da segunda safra de milho. Além disso, algumas áreas de cana-de-açúcar e de pastagens também sentem a diminuição da precipitação, embora no caso da cana, o tempo seco ajude na aceleração da colheita no Centro-Sul do país.

Nesta semana, a chuva no Sudeste e Centro-Oeste será vista apenas no norte e oeste de Mato Grosso, com acumulados entre 20 e 90 milímetros acumulados. No extremo sul de Mato Grosso do Sul, região de Sete Quedas, também há previsão de acumulado mais significativo, na casa dos 20 milímetros. Entre 25 de abril e 1º de maio, aparecem algumas precipitações acima dos 20 milímetros no sul e leste de São Paulo e de Mato Grosso do Sul, sul de Minas Gerais e noroeste de Mato Grosso.

A previsão do tempo mais estendida indica chuva mais intensa somente na segunda semana de maio. Entre 8 e 12 do próximo mês, a simulação americana CFSv2 indica 30 milímetros no oeste e sul de São Paulo e 15 milímetros em Mato Grosso do Sul, oeste e sul de Minas Gerais, sul de Goiás e áreas do sul e oeste de Mato Grosso.

Além disso, na região Sul, há previsão de chuva a partir da quinta-feira desta semana com acumulado que alcança 50 milímetros no sudoeste do Paraná entre a quinta-feira e o domingo, 24. Por sinal, após uma pequena trégua das precipitações, a região Sul terá os últimos 10 dias de abril bem chuvosos novamente.

No Nordeste, há previsão de chuva forte no Porto de Salvador neste início de semana, situação que diminui o ritmo de embarque de grãos. Também é esperada chuva forte em boa parte da costa do Nordeste, desde Sergipe até o Maranhão, além de boa parte da região Norte nesta semana. Na semana que vem, a chuva vai enfraquecer no Norte e na costa da Bahia, mas será intensa em Alagoas e Maranhão, ajudando no desenvolvimento da cana-de-açúcar, e na soja plantada no norte do Maranhão.

A temperatura volta a diminuir de forma mais acentuada na passagem de abril para maio. Ainda há chance de oscilação de data e intensidade do frio, mas as simulações mais recentes indicam temperaturas abaixo dos 3°C com geadas no sul e leste do Paraná, em boa parte do Planalto, Serra e Meio Oeste de Santa Catarina e na Serra do Rio Grande do Sul na madrugada de 1° de maio.

Chuva não chega em áreas de pastagem

A chuva avançou pelo Brasil na semana passada, mas não foi organizada e intensa a ponto de aliviar o déficit hídrico em todas as áreas produtoras. Pastagens e a segunda safra de milho sentem a menor umidade do solo em áreas do noroeste de São Paulo, Triângulo Mineiro, norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, oeste e sul de Mato Grosso e Vale do São Francisco no Nordeste.

De acordo com a Conab, pouco mais da metade das áreas instaladas estão em desenvolvimento vegetativo e aproximadamente 40% estão em floração e há necessidade de mais episódios de chuva. As precipitações até foram fortes, porém pontuais. De acordo com o Inmet, a chuva foi intensa na região de Guaíra (PR) com mais de 160 milímetros. No Sudeste, a região do Pontal do Paranapanema recebeu mais de 50 milímetros. No Centro-Oeste, a previsão espera acumulados acima dos 50mm na divisa tríplice dos estados, além da região de Confresa (MT) e de Posse (GO). No Matopiba, choveu mais de 50 milímetros na região de Carolina (MA). No Norte, choveu mais de 100 milímetros na divisa entre Tocantins e Pará.

Além disso, fez frio no fim de semana. De acordo com o Ciram-Epagri, a temperatura mínima alcançou -1,6°C com geadas fortes em Urupema (SC) e Bom Jardim da Serra (SC). Houve geada mais fraca com mínima de 0°C em Vacaria (RS), 4°C em Bagé (RS), 1°C em General Carneiro (PR) e 4°C em Porto Amazonas (PR) e Inácio Martins (PR). As geadas foram mais sentidas em áreas produtoras de batatas no Rio Grande do Sul, tubérculo que vem apresentando forte elevação dos preços. Mas o aumento esteve ligado ao excesso de chuva das semanas anteriores e ao aumento da demanda pela Semana Santa.