Mercado e Cia

Empresas investem em iniciativas que unem agronegócio e preservação ambiental

O foco das companhias vai de acabar com o desmatamento nas cadeias produtivas até diminuir a emissão de gases que causam o efeito estufa

Empresas estão investindo em iniciativas que unem agronegócio e preservação ambiental. Nesta quarta-feira, 22, por exemplo, a JBS anunciou um fundo de R$ 1 bilhão para a Amazônia. A iniciativa tem foco em conservação e desenvolvimento no bioma.

“Temos um compromisso histórico com o bioma. Nossa política de compra responsável estabeleceu critérios para seleção de nossos fornecedores há mais de 10 anos. 100% dos nossos fornecedores estão em conformidade com esses critérios”, afirmou o presidente da JBS Brasil e da Seara, Wesley Batista Filho.

Em transmissão ao vivo, a empresa apresentou ações focadas em sustentabilidade que serão colocadas em prática nos próximos anos. “Apresentamos hoje a Plataforma Verde JBS, que vai permitir estender nosso monitoramento de fornecedores para todos os elos da cadeia produtiva. A segunda iniciativa é o compartilhamento da inteligência do nosso sistema de monitoramento com outros integrantes da cadeia de valor, que queiram aplicar os mesmos critérios socioambientais. Por fim, vamos estruturar um programa de apoio e inclusão dos produtores, buscando melhoria contínua da cadeia de fornecimento. Queremos ser parceiros dos fornecedores na regularização de suas propriedades. Por isso, decidimos oferecer assessoria agropecuária, ambiental e jurídica aos produtores que precisarem regularizar o seu passivo ambiental”, disse o presidente da Friboi, Renato Costa.

Na última semana, a Nespresso anunciou que será neutra de carbono até 2022. “Isso significa que nos próximos dois anos serão colocadas em prática ações que havíamos planejado para os próximos 10 anos. Serão plantadas árvores dentro das fazendas e nas regiões de café da cadeia de fornecimento, e compraremos crédito de carbono gerados em projetos ao redor do mundo. Com isso, vamos neutralizar 100% dos gases do efeito estufa emitidos para criação e produção de cada xícara de espresso”, contou Guilherme Amado, líder do Programa Nespresso AAA de Qualidade Sustentável.

Com a missão de reduzir a emissão de carbono, em agosto a companhia de alimentos Marfrig e a Embrapa anunciaram o lançamento da marca Viva, linha de carne carbono neutro. A ideia é produzir bovinos com a introdução de árvores no meio ambiente, já que elas armazenam o carbono e neutralizam a emissão de gases”,

Em julho deste ano, a Cofco Internacional, líder em processamentos de alimentos na China, anunciou que pretende rastrear toda a área de produção de soja brasileira até 2023 para diminuir os desafios ambientais e sociais. A empresa reforçou que vê a rastreabilidade como essencial para sustentabilidade da produção.

O professor José Luiz Tejon vê este movimento como uma tendência positivo para o mercado daqui para frente. “Espero que disso surja e cresça a valorização de todos os membros da cadeia produtiva, e com certeza a valorização dos produtores rurais, que cada vez mais serão agentes de saúde e devem ser reconhecidos por isso”, afirma.