Os contratos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago operam em alta pelo sexto dia consecutivo, acima de US$ 7 por bushel. De acordo com o analista de mercado Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, com o mercado brasileiro brigando para manter o cereal no país, a produção norte-americana se torna interessante para demandadores internacionais, levando à valorização.
Com uma provável quebra na segunda safra, que pode ficar entre 5 e 15 milhões de toneladas menor do que o previsto inicialmente, as cotações internacionais podem subir ainda mais. “Precisaríamos diminuir a demanda, mas, até agora, não estamos recebendo sinal interno de menor alojamento de bovinos, aves e suínos”, comenta.
Além disso, a Ucrânia, outro player exportador importante no mercado de milho, também não teve um ano fantástico. Agora, os olhos se voltam aos Estados Unidos. Caso a produtividade norte-americana dê qualquer sinal de queda, mesmo que pequena, os contratos do milho devem reagir. “Vamos ver um certo frisson dos demandadores tentando segurar milho em suas mãos”, diz.
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Escassez de milho
O preço do milho em patamares recordes já é uma preocupação por si só. Porém, com a exportação aquecida até então e uma demanda interna voraz, o setor teme uma escassez de oferta, o que pode piorar a situação.
Fernandes lembra que mesmo após o governo ter liberado as importações de países de fora do Mercosul com tarifa zero, as compras não aumentaram. As importações da Argentina também não têm sido suficientes para acalmar o mercado brasileiro.
Dessa forma, o analista acredita que o preço do milho só deve ceder quando chegar a entrada da segunda safra – isso se a situação climática não piorar ainda.