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Paraná corta 9 milhões de toneladas da safra de verão

Segundo o secretário de Agricultura do Paraná, Noberto Ortigara, a quebra na safra das duas culturas já ultrapassa os 65% em algumas regiões

As condições das lavouras de soja e milho verão da safra 2021/22 do Paraná pioraram na semana encerrada nesta segunda-feira (3) em relação ao levantamento anterior da semana encerrada em 20 de dezembro, segundo relatório do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Estado divulgado na manhã desta terça-feira (4).

No caso da soja, o porcentual de plantações em boa situação caiu de 57% na semana encerrada em 20 de dezembro para 30% agora; em contrapartida, a área em condição média foi de 30% para 39%, e em situação ruim, de 13% para 31%. Das lavouras da oleaginosa no Paraná, 49% estão em frutificação, 31% em floração, 13% em desenvolvimento vegetativo e 7% em maturação.

Em relação ao milho verão, as áreas em condições boas representam agora 35% do total, ante 63% há duas semanas; em situação média, são 40% atualmente, acima dos 27% do período anterior; e em condição ruim, 25%, ante 10% no relatório anterior. O Deral informou, também, que 53% das plantações de milho se encontram na fase de frutificação, 28% em floração, 13% em maturação e 6% desenvolvimento vegetativo.

Quebra na safra

Segundo o secretário de estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, nem as chuvas dos últimos dias amenizaram os estragos provocados pela estiagem nas lavouras do estado, especialmente nas regiões oeste e sudoeste, onde a quebra na safra de soja está estimada em 65%; e em 73% na safra de milho verão. “Não há mais salvação”, disse.

De acordo com Ortigara, o governo do estado está conversando com as seguradoras para tentar acelerar as indenizações.

“Não temos muitos mecanismos. Nós conversamos com Brasília para acelerarmos o processo de avaliação de Proagro, de seguro, para quem tem direito. Também vamos cooperar para que aja alguma celeridade na renegociação de dívidas, um alongamento, especialmente no que diz respeito a investimento, já que o produtor não vai ter dinheiro para pagar algumas parcelas. E também vamos dar o socorro emergencial para que as prefeituras tenham condições objetivos de fornecer água para humanos, animais, na forma de carro-pipa, poços artesiano”, explicou.

Sobre a segunda safra de milho, Ortigara disse que não sabe se o Paraná vai ter um bom desempenho. “Nós tínhamos uma expectativa de 2% no crescimento de área. Com boas condições climáticas, nós temos capacidade. Mas nós temos riscos, ele está colocado. Eu estou sob pressão para liberar uma ressemeadura de soja, o que a boa prática agronômica não recomenda, e o que as próprias portarias estaduais e federais proíbem. Com isso, pode ser que tenhamos um crescimento na segunda safra. Nós tivemos um ano muito difícil. No ano passado, tivemos uma perda de 8 milhões de toneladas no milho safrinha. Nesta temporada, até o momento, já são 9 milhões, contando soja, milho e feijão. Em 12 meses, são R$ 30 bilhões de perdas nas lavouras. É muito ruim para economia”, afirmou.