Tempo

Previsão do tempo alerta: dia mais frio no Centro-Sul ainda está por vir

Na madrugada desta quinta-feira, 29, cerca de 45 cidades registram neve, chuva congelada e chuva congelante; entenda a diferença

A massa de ar polar mais intensa e duradoura deste ano está com força total. De acordo com a Somar Meteorologia, mais de 45 cidades do sul do Brasil registraram neve, chuva congelante ou chuva congelada, as chamadas precipitações invernais pelos meteorologistas.



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Segundo informações da Desirée Brandt da Somar, neve é quando precipita exatamente o floco, sem derreter até chegar no solo. Já a chuva congelada é quando a neve derrete ao se desprender da nuvem, mas a gota de água congela novamente antes de chegar na superfície.

A chuva congelante é um processo semelhante, mas o recongelamento só acontece em contato com a superfície. Segundo Epagri/Ciram, a menor temperatura na serra catarinense aconteceu em Bom Jardim da Serra, com -8,6°C, superando o recorde do último dia 20 de julho, quando a mínima registrada em Urupema foi de -8,2°C. Urupema registrou -7,4°C, mesmo sendo um local mais alto.

“A Temperatura não caiu tanto quanto em Bom Jardim da Serra por conta de uma maior nebulosidade no local”, explica Brandt. O Sudeste do Brasil também chegou a registrar temperaturas próximas de zero e com formação de geadas, algo que acontece também em parte de Mato Grosso do Sul.

Nesta sexta-feira, 30, as temperaturas podem ficar ainda mais baixas no Centro-Sul e será o dia mais crítico para a agricultura por conta da chance da formação de geada negra entre o norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Paraná. Há riscos para as lavouras precoces de trigo, pastagens, café e fumo.

“A geada negra é ainda mais nociva porque congela a seiva da planta em uma condição atmosférica de menor umidade do ar. Tem esse nome porque no início o produtor não vê dano, mas depois de alguns dias, a plantação morre e fica escurecida”, explica Brandt.

Novas ondas de frio em agosto 

Com julho chegando ao fim, a expectativa agora é saber como o clima vai se comportar no próximo mês. Agosto é o mês mais seco do ano e marcado pela neutralidade do oceano Pacífico, ou seja, nem El Niño, nem La Niña.

O mês terá a passagem de três frentes frias. Uma por volta do dia 10, outra na virada da quinzena e uma terceira na última semana. Até o momento os modelos indicam que a primeira frente fria deve provocar mais chuva e a segunda deve trazer uma massa de ar frio mais intensa”, explica Pryscilla Paiva, editora-chefe do tempo.

Por conta do avanço dessas massas de ar frio, agosto vai ser mais frio do que o normal em toda a região Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, metade sul de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, leste de Mato Grosso, Rondônia, Acre e parte do Amazonas. Como o ar frio vai predominar neste mês, agosto vai ter aquela sensação de que o frio não passa. Até o momento, não há previsão de uma massa de ar frio mais intensa do que as de julho, mas o frio vai ser mais duradouro. Entre o norte mineiro e grande parte do Nordeste, temperaturas acima da média.

As previsões indicam que o próximo mês chove acima do normal no norte do Paraná, Mato Grosso do Sul, grande parte do Sudeste, Rondônia, Acre e Amazonas. Já entre Roraima e Amapá e em áreas do a Região Sul a chuva fica abaixo da média. No restante do Brasil, a chuva fica mais próxima da média climatológica que é bem baixa em grande parte dos estados. Parte do Sul terá chuva abaixo da média e o Sudeste acima com acumulados mais elevados.

“A chuva abaixo da média é explicada pelo fato do normal climatológico ser maior no Sul do que no Sudeste, ou seja, é normal chover mais no Sul em agosto”, explica Brandt.