Qualidade leva Brasil a exportar arroz para o Iraque

País do Oriente Médio já foi comprador anos atrás e voltou a obter o cereal do Mercosul em 2014O Iraque deverá importar 100 mil toneladas de arroz beneficiado de países da América do Sul e Estados Unidos devido à boa qualidade do produto. 

O Brasil participará com uma parcela de 40 mil toneladas, o que representa 50% da média das exportações mensais. O restante das exportações ficou com a Argentina e Estados Unidos, ambos com 30 mil toneladas.

O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, afirma que essa negociação vem em excelente momento, já que existe a possibilidade de o Brasil perder mercado para Cuba depois da reaproximação do país com os EUA.

Mesmo com esta nova demanda, Dornelles afirma que há produto suficiente tanto para o mercado interno, quanto para o externo.

Preços

Nos últimos dias, o preço do arroz em casca teve uma leve acomodação, algo normal para esta época do ano. A saca de 50 kg do arroz tipo 1 fechou o dia cotado a R$ 38,04,segundo dados do Cepea/Esalq/BM&FBovespa. Em dólar, o preço ficou negociado a US$ 14,33/saca (+1,70%).

A tendência para o próximo ano é de preços superiores em função da demanda externa que se mantém aquecida.

Safra

Este ano, a produção de arroz no Brasil deve ficar em 12 milhões de toneladas, número praticamente igual aodo ano anterior. Recentemente, o plantio foi finalizado e neste momento as lavouras gaúchas se encontram, em sua maioria, no estágio vegetativo. A colheita oficial está prevista para acontecer nos dias 5, 6 e 7 de fevereiro.

Clima

As fortes chuvas nos últimos dias têm prejudicado bastante as lavouras, principalmente nas regiões da Campanha e Fronteira Oeste. Dornelles explica que o ano de 2014 foi caracterizado por chuvas intensas e pouco sol, devido ao fenômeno El Niño. A partir do momento em que não há radiação solar suficiente para a planta, ela perde seu potencial produtivo. Ele afirma, no entanto, que ainda não há como prever queda na produtividade.

Perspectivas

O ano de 2015 deverá ser de bons preços, mas isso não significa boa renda aos produtores. Os altos custos de produção têm feito com que o agricultor tenha pouca liquidez. Entre os principais itens que compõem estes custos estão a mão de obra, fertilizantes, químicos e energia elétrica.

Além disso, Henrique Dorneles ressalta que para o próximo ano o setor deverá exigir mais incentivos nos acordos bilaterais e maior agressividade no comércio exterior.