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RS não descarta estado de alerta por chegada de gafanhotos

Secretário de Agricultura do estado diz estar monitorando o avanço dos insetos pela fronteira e um plano de contingência está sendo criado para um eventual ataque

O aparecimento de uma nuvem de gafanhotos na Argentina assustou produtores rurais, assim como entidades do governo do país. Agora, os animais se deslocam no sentido da fronteira com o Brasil e, segundo últimos dados, se encontram a 150 quilômetros de Barra do Quaraí, fronteira sudoeste do Rio Grande do Sul.

Em entrevista ao Mercado & Companhia desta quarta-feira, 24, o Secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, Covatti Filho, disse que o estado está se preparando para a eventual chegada dos insetos e que não descarta um decreto de alerta, já que a nuvem de gafanhotos pode devorar lavouras da região.

“Estamos apreensivos, principalmente por parte dos produtores. Continuamos a acompanhar as condições climáticas e o avanço de uma frente fria que pode dissipar essa nuvem. Além disso, estamos trabalhando em conjunto com o Ministério da Agricultura em um plano de contingência para trabalhar com os produtores gaúchos, e a equipe do ministério está estudando um eventual estado de alerta, que possibilita mecanismos para usar recursos tanto do governo do estado como federal para tomar ações cabíveis”, disse.

Enquanto não se confirma a chegada dos insetos, o governo do Rio Grande do Sul descolou servidores de defesa vegetal estaduais e federais para Barra do Quaraí, Uruguaiana, São Borja e Itaqui. “Não podemos esquecer que essa nuvem pode se movimentar a cerca de 100 km/h por dia. Nesse plano de contingência, estamos entrando com equipes técnicas e estudando todos os defensivos agrícolas que podem ser colocados tanto à disposição do produtor como de entidades parceiras, como o Sindag [Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola] que já colocou a disposição para intervir caso seja necessário”, falou.

Caso se confirme a chegada dos gafanhotos no Rio Grande do Sul, Covatti Filho disse que é importante os produtores procurarem os sindicatos rurais e as equipes técnicas destacadas para essas cidades. “Em cima disso vamos publicar esse plano de contingência para canalizar as ações dos servidores de forma única e efetiva  para conter essa nuvem caso ela chegue ao Rio Grande do Sul”, finalizou.