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Unidade interditada segue todas as orientações recomendadas, afirma JBS

Frigorífico em Passo Fundo (RS) foi fechado temporariamente sob alegação de estar descumprindo medidas contra propagação do coronavírus

A unidade de abate de aves da JBS em Passo Fundo (RS) foi interditada temporariamente após funcionários serem contaminados pelo novo coronavírus. O pedido de paralisação foi feito pelo Ministério Público do Trabalho do município, que alegou descumprimento de medidas para conter a propagação da covid-19.

Em nota, a JBS discorda das alegações e afirma que os protocolos adotados pela empresa em meio à pandemia atendem 100% das orientações da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia para o setor. A companhia ainda reforça que as ações implementadas estão totalmente amparadas em laudos e recomendações técnicas dos órgãos de saúde e de especialistas da área médica.

“A proteção dos colaboradores sempre foi o primeiro objetivo da JBS, desde o início da pandemia da Covid-19. A empresa segue pautada por esse princípio e confia em que as atividades em Passo Fundo serão retomadas brevemente”, informa.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirma, em nota, que está acompanhando a situação e dando suporte à JBS. A entidade destaca que as empresas associadas reforçaram todos os cuidados recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde, que já eram rotina, e, de forma adicional, várias outras medidas preventivas, como o aumento da rotina de higienização dos ambientes dentro e fora do frigorífico.

 

Desdobramentos

Eduardo Santos, diretor-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e do Sindicato da Indústria de Produtos Avícolas do Rio Grande do Sul (Sipargs), afirma que este é o primeiro caso de interdição no estado e que logo a indústria deve retomar as atividades. “Os casos de Covid-19 vêm acontecendo não só na indústria avícola, mas parece que somos mais visados e não entendo o porquê. Mas estamos buscando atender as diretrizes dos órgãos de saúde”, diz.

De acordo com Santos, algumas das medidas solicitadas pelo MPT requerem readequação da estrutura de produção do segmento. “Agora, com o pânico e aos efeitos da Covid, não temos condições de reestruturar em um curto espaço de tempo. Isso requer a compreensão dos órgãos oficiais, que estão averiguando a situação das empresas”.

O dirigente ressalta que o frigorífico não é o único atingido pela decisão. Segundo ele, também há o compromisso com o produtor e com o consumidor. “Há responsabilidade suprema com o atendimento desta demanda”, pontua.