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Plano Safra não deve atender demanda dos produtores, avalia setor

O Ministério da Agricultura deve destinar R$ 188 bilhões para o custeio da próxima safra, mas o montante é questionado

Fonte: Pixabay

O governo federal vai anunciar na próxima quarta-feira, dia 6, as taxas de juros e o recurso disponível para o plano safra 2018/2019. O ministério da agricultura deve destinar R$ 188 bilhões para o custeio da próxima safra, mas  o montante é questionado , já que o volume de recursos a juros controlados é bem menor do que a necessidade do setor produtivo.

“Se o governo fosse traduzir qual é o apoio que ele está dando, ficaria em R$ 5 bilhões para agricultura empresarial e R$ 3 bilhões para a agricultura familiar. Isso acaba movimentando uma equalização de recursos em torno de R$ 90 bilhões e esse ano pode ser até mais, dada a necessidade conforme você aumenta a safra. O resto é recurso de banco, independentemente do que o governo fizer ou deixar de fazer”, disse o diretor-executivo da Aprosoja Brasil, Fabrício Rosa.

No último plano safra, cerca de 70% dos recursos foram oferecidos a juros controlados. Há dois meses, a Confederação Nacional de Agricultura (CNA) entregou ao Ministério da Agricultura uma série de propostas e, entre elas, estavam o aumento de recursos para R$ 198 bilhões e diminuição das taxas de juros dos financiamentos de custeio para 5,5% e 4,5% para médios produtores. Sem a perspectiva de atendimento aos pleitos, a consequência pode ser uma retração nos investimentos do agronegócio.

“Vários setores têm passado por crises externas ao empreendimento agropecuário, setor de leite e de proteína.O produtor já enfrenta outros problemas e, com uma taxa de juros alta, vai acontecer um processo de desinvestimento da propriedade”, disse a assessora técnica de Política Agrícola da CNA, Fernanda Schwantes.

O plano safra da agricultura familiar também deve ser divulgado nesta semana, mas ainda não tem data definida. A estimativa é que os R$ 30 bilhões para custeio também sejam mantidos, mas o que preocupa o setor é o possível contingenciamento dos recursos.

“O  que nos preocupa são os cortes que estão sendo anunciados. Nós vamos para o Congresso, porque não vai adiantar um Plano Safra lançado e o governo não ter condições de fazer o cumprimento do que foi trabalhado como metas estabelecidas dentro do plano”, comentou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Aristides Santos.

Junto com o novo Plano Safra, o governo deve divulgar também os recursos para subvenção ao prêmio do seguro rural. A previsão é de diminuição do montante em relação ao ano passado e, essa expectativa, aliada às possíveis taxas de juros maiores que a Selic e o possível contingenciamento de recursos dificultam o otimismo do setor produtivo. Na avaliação das lideranças, a tendência é o produtor rural buscar outras opções de crédito. 

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