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Café: após preços recordes, quais as perspectivas para o mercado?

Analista da Safras diz que oferta pelo grão será maior neste ano, enquanto a produção é prejudicada pelo clima mais seco

Nas últimas semanas, as cotações do café arábica atingiram patamares históricos. Em Nova York, o grão bateu seu maior nível em quatro anos, enquanto o mercado interno também houve a disparada nos preços, com a saca de 60 quilos superando os R$ 800.

De acordo com o analista da Safras & Mercado, Gil Barabach, o principal motivo da alta nos preços é o conjunto de oferta menor e demanda maior. Com problemas de clima seco desde o início da safra, a colheita pode ser menor.

“Temos uma safra menor com problemas climáticos no início da florada, o que acentuou a quebra. Além disso, nos últimos meses, em especial abril, o tempo esteve muito seco o que intensificou o cenário”, afirma.

E a seca não prejudica apenas os volumes, mas também a qualidade do grão. De acordo com o analista, a falta de chuva interfere na granação do grão, o que piora o perfil de qualidade.

Além de uma menor oferta, o cenário internacional também impacta nos preços. O clima de instabilidade política na Colômbia, segundo maior exportador de café arábica do mundo, deve puxar os preços do grão.

“Esse quadro na Colômbia interfere no mercado, principalmente nos cafés suaves. Isso tem um impacto internamente nos cafés cerejos, que irá valorizar os cafés de bebidas mais finas”, relata.

Em relação à rentabilidade do produtor em 2021, o analista reflete: “para a safra 21, o custo alto do dólar foi suavizado porque o câmbio ainda estava num processo de ascendência. O produtor vem surfando numa rentabilidade bastante expressiva”.