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Agricultura

'O produtor rural demanda tecnologia e quer mais inovação', diz ministra da Agricultura

Declaração foi dada durante anúncio de ações da pasta para incentivar a conectividade no meio rural

De acordo com um estudo divulgado nesta quarta-feira, 19, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Brasil passará por ações inéditas para ampliação de conectividade rural a partir de tecnologias de internet banda larga como o modelo satélite, cabo de fibra de ótica e telecom, que inclui a nova geração 5G.

Segundo o ministério, mesmo com apenas 23% do espaço agrícola brasileiro com um nível de cobertura pela internet, o Brasil se consolidou como potência agroambiental no cenário mundial. 

“Nosso produtor rural demanda tecnologia e está apto para continuar recebendo mais inovação. A conectividade promove o avanço tecnológico no campo. E também promove uma aproximação real do meio rural com os grandes centros urbanos”, declarou a ministra Tereza Cristina, em cerimônia virtual de anúncio das ações no Mapa.

Planejamento

O estudo “Cenários e Perspectivas da Conectividade para o Agro”, desenvolvido pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), apresenta cenários para a cobertura de internet no modelo telecom em um horizonte até 2026.

No primeiro cenário, seria aproveitada a capacidade de transmissão de 4.400 torres já existentes no Brasil. Isso permitiria ampliar a cobertura atual de 23% nas áreas rurais para 48% de iluminação de sinal no território agrícola nacional, proporcionando um aumento de 4,5% do Valor Bruto de Produção (VBP).

Um segundo cenário é composto pela instalação de 15.182 novas torres, que seriam suficientes para suprir uma cobertura de 90% da demanda de conectividade no campo e um acréscimo de 9,6% no VBP.

Segundo o secretário-adjunto de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura, Fernando Camargo, a garantia de conectividade em áreas estritamente rurais possibilitará, além de maior produtividade e geração de riqueza no campo, difusão do conhecimento a partir da prestação de assistência técnica e capacitação online, especialmente, a pequenos e médios produtores. É também, uma oportunidade de manter o jovem no campo.

Para atingir escolas rurais e comunidades longínquas, a conectividade será provida por meio do modelo de satélites e geoestacionários. Em parceria com o Ministério das Comunicações, serão conectados em uma primeira fase 156 comunidades e assentamentos rurais distribuídos em 134 municípios de 10 estados, prioritariamente das regiões Norte e Nordeste.

Até o momento, 51 pontos de conectividade já foram instalados em assentamentos em Alagoas, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba e Sergipe.

Foto: Ministério da Agricultura

Internet

A tecnologia satelital permite a comunicação de dados em banda larga a partir de faixa dedicada a essa transmissão com alta velocidade e qualidade para locais remotos e de difícil acesso. No caso da região Amazônica, onde não é possível a implementação de fibra óptica ou antenas, essa tecnologia é a melhor opção.

O Mapa também oferece como alternativa para interiorizar a banda larga, o white space ou espaço ocioso, que estão disponíveis no espectro da radiodifusão e poderiam ser ocupados por empresas operadoras de rede de internet.

O secretário-adjunto de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura, Cléber Soares, esclarece que essa conexão permite o tráfego de dados em baixa frequência, atendendo a uma comunicação básica, como mensagens de texto por aplicativos e redes sociais.

“Essa pode ser a necessidade de um pequeno produtor no interior do país, por exemplo. O Ministério é agnóstico ao modelo de conectividade. Nosso papel é fomentar, incentivar e disponibilizar a tecnologia ao produtor rural. Ele que vai decidir qual usar”, afirma.

No entanto, a tecnologia ainda depende de uma regulamentação pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que colocou o tema em consulta pública em maio de 2020.

5G e outras opções

Em um cenário em que a agricultura digital já é realidade, o uso de internet das coisas demanda um sinal de internet 5G para conexão entre as coisas (principalmente objetos) e organismos biológicos como é o caso de plantas e animais. Assim, sensores permitem a captação de informações de componentes de solo, de componentes de plantas e de desempenho animal.

Para ser utilizada no Brasil, a tecnologia 5G aguarda o leilão da nova geração de internet, previsto para o segundo semestre deste ano. Enquanto isso, 20 projetos-pilotos serão implementados pelo Ministério das Comunicações, sendo sete deles em áreas rurais.

“Temos uma sinergia muito grande para um trabalho conjunto. Durante muito tempo o agro funcionou com pouca tecnologia de forma pujante. Com a chegada do 5G, vamos poder realmente mostrar o poder do agro. Temos a necessidade de implementação dessa tecnologia para universalizar a cobertura móvel da área rural”, comenta o ministro das Comunicações, Fábio Faria.

O secretário do Mapa Cléver Soares explica que, antes mesmo do sinal 5G, as empresas que participarão do leilão, devem garantir, como contrapartida, a conectividade 4G para localidades com até 600 habitantes e nas principais rodovias do país, por onde escoa a produção agropecuária.

A conectividade via fibra óptica também pode atender regiões rurais desde que sejam próximas ao perímetro urbano, já que depende de cabeamento para a conexão de internet.

Para a implantação de algumas infraestruturas de conectividade, o Mapa atuará em parceria com entes de governo para disponibilização de crédito com recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST), do qual participará o comitê gestor, ainda pendente de regulamentação via decreto.

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