Chuvas torrenciais atingiram os estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Tocantins e Bahia nos últimos sete dias associadas com a formação de uma frente subtropical e canalização da umidade da Amazônia. O território mineiro foi especialmente castigado. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Belo Horizonte recebeu mais de 800 milímetros de chuva, o segundo maior acumulado em um mês de janeiro em 110 anos, só perdendo para janeiro de 1985 quando foram registrados 850 milímetros de chuva.
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Além da capital, também foram atingidos por altos volumes os municípios de Ibirité (670 mm) e Florestal (550 mm). Todos eles recebem, na média, de 200 a 300 mm no mês de janeiro.
Apesar do enfraquecimento da chuva nesta semana, os problemas persistem. Em muitos municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo, não há como escoar a produção. Além disso, muitas áreas produtoras e pastagens foram levadas pela água. Lavouras de café da Zona da Mata mineira apresentam erosão no solo, e os danos serão refletidos em outras safras.
De outro lado, está o Rio Grande do Sul com problemas por conta da estiagem. Embora tenha chovido até 200 mm neste mês na região central do estado, a má distribuição temporal das precipitações fez com que a umidade do solo voltasse a diminuir. E nada indica chuva forte a ponto de aumentar a umidade do solo novamente. As perdas e prejuízos não param de aumentar. Na uva, por exemplo, as perdas chegam a aproximadamente 20% do potencial e podem aumentar ainda mais até março, mês em que se encerra a colheita.
Em Mato Grosso, apesar do aumento da precipitação, a invernada ainda não apareceu com duração e intensidade. Com isso, a colheita da soja e a instalação do milho de segunda safra prossegue a todo o vapor.
A chuva não pára, mas enfraquece no centro e leste de Minas Gerais, no Espírito Santo, norte de Goiás e sul do Tocantins – nessas áreas, o acumulado em sete dias varia entre 30 e 60 mm. Embora a precipitação não pare completamente, a umidade do solo deve diminuir gradativamente e favorecer a retomada das atividades de campo.
Por outro lado, há previsão de chuva forte com acumulado de pelo menos 100 mm em sete dias no sul e no Cerrado de Minas Gerais, no sudeste de Goiás (Catalão) e em uma grande faixa que começa no norte do Piauí e avança até o Acre e sudoeste do Amazonas, passando por boa parte do Maranhão, Pará e Rondônia.
Apesar da chuva forte, a previsão de temperatura acima da média na maior parte do Brasil para esta semana mostra que a radiação solar vai predominar na maior parte das áreas produtoras pela manhã. Isso não deve paralisar completamente as atividades de campo.
Já no Vale do São Francisco, Piauí, Ceará e norte do Maranhão, o tempo ficará mais fechado e chuvoso. Em Mato Grosso, apesar do acumulado de chuva previsto de 50 a 80 mm, as atividades de colheita da soja e a instalação do milho prosseguirão na maior parte das áreas produtoras nesta semana.
No Rio Grande do Sul, a chuva será mais fraca no período e não será suficiente para reposição da umidade do solo. Pelo contrário: a tendência é de diminuição da umidade do solo nos próximos dias.