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Produtores gaúchos desistem do leite por causa da crise do setor

Pecuarista de Ibirubá, no noroeste do Estado, colocou gado à venda e vai plantar soja; cerca de 140 produtores do município também enfrentam dificuldades financeirasA crise enfrentada pelos produtores de leite no Rio Grande do Sul já ameaça a produção leiteira do Estado. Na região de Ibirubá, produtores já começam a desistir da atividade.

– A gente produz, quando chega no final do mês, não recebe. Isso é desestimulante, não tem como continuar produzindo – afirma ele, que decidiu parar após 30 anos produzindo leite.

A empresa Pró-Milk, que está em recuperação judicial, deve ao produtor R$ 25 mil. Ele não entrou na Justiça, nem fez acordo para receber 50% do valor, mas ainda tem esperança de receber o valor devido. 

Enquanto o dinheiro não vem, ele colocou seu rebanho de 35 vacas à venda. E vai se dedicar à cultura da soja. Tiveram influência em sua decisão as dívidas em função da falta de pagamento pelo leite entregue e o baixo preço pago pelo litro do produto.

– O preço está em baixa, mas neste mês passado consegui R$ 0,87 brutos. Está dando para cobrir os custos, mas a gente tem que ir diminuindo os gastos onde der, senão não consegue mesmo – explica Dalmolin, que está com as mesmas dificuldades financeiras que cerca de outros 140 produtores de Ibirubá.

– Todo dia tem gente parando a atividade em função do baixo preço e do que aconteceu; estão parando com a atividade porque não sobrevivem mais da agricultura. Acho que 10% dos produtores de leite no nosso município vão repensar a atividade. E vão parar – afirma o presidente do sindicato rural da cidade, Leonir Fior.

Darci Dalmolin ainda está conseguindo vender o produto, mas, na região, há casos em que o leite foi jogado fora.

Cooperativas

A crise no leite e o fechamento de algumas empresas geraram consequências aos produtores, que não tinham mais a quem vender o leite. A solução encontrada foi procurar as cooperativas. Com isso, muitas delas estão com a captação do leite acima da capacidade de armazenagem.

– Nossa capacidade é de um milhão de litros de leite por dia. Ontem, casualmente chegamos a processar um 1,15 milhão, 15% acima da capacidade. Estamos fazendo maior esforço possível para atender a essas demandas e o produtor ter onde colocar seu produto. Neste momento, não conseguimos abrir para receber demais produtores em função da capacidade dessa primeira etapa da planta estar totalmente tomada com a capacidade máxima de produção – conta o presidente da Cooperativa Central Gaúcha Ltda. (CCGL), Caio Viana.

A empresa está aumentando a capacidade de armazenagem para poder receber mais produtores. Até o fim do ano, a planta da CCGL em Cruz Alta terá sua capacidade estendida para 2,2 milhões de leite por dia.

De acordo com o vice-presidente do Sindicato Rural de Giruá, Luis Fucks, a falta de armazenagem para o leite gera outro problema.

– Nosso problema hoje é tirar o leite do Estado. Eu creio que hoje o leite do Rio Grande do Sul, em termos de garantia da qualidade, é o melhor do Brasil. O problema é que o consumidor gaúcho reduziu o consumo e ninguém quer saber do leite do Rio Grande do Sul fora do Estado – diz Fucks.

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