Vendas à China crescem e impedem queda maior nas exportações do Brasil

A participação do país asiático na pauta de embarques brasileiros chegou a 33,8% no acumulado do primeiro semestre de 2020

A receita das exportações do agronegócio subiu quase 10% quando comparado o primeiro semestre de 2019 com o de 2020, passando de US$ 47,08 bilhões para US$ 51,63 bilhões, segundo dados compilados pelo Ministério da Agricultura. Esse crescimento foi totalmente influenciado pelo aumento de embarques para a China, com alta de US$ 4,76 bilhões, enquanto que para o restante dos países houve pequeno recuo. O superávit comercial do agronegócio brasileiro com o país asiático passou de US$ 15,17 bilhões para US$ 20 bilhões.

Considerando o valor de todos os produtos exportados pelo Brasil, no mesmo período, houve uma queda de 7,1%, de US$ 109,45 bilhões para US$ 101,72 bilhões, aponta a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Os embarques para a China tiveram aumento de 14,6% e passaram de US$ 29,98 bilhões para US$ 34,35 bilhões. Em relação ao resto do mundo, houve queda de 15,2%, de US$ 79,47 bilhões para US$ 67,37 bilhões.

Ou seja, se não fosse o crescimento do apetite chinês em relação ao agronegócio, o valor total exportado pelo país teria recuo ainda maior que o registrado e poderia ter ficado abaixo de US$ 100 bilhões pela primeira vez em três anos.

A participação da China na pauta de exportações do Brasil passou de 27,4% no acumulado dos seis primeiros meses do ano passado para 33,8% no mesmo período deste ano. Falando apenas dos embarques do agro, o país asiático respondeu por quase 40% do total.

Destacam-se entre os produtos agrícolas vendidos à China, o complexo soja, com 46,34% de participação, e as carnes, com 16,09%. Em seguida aparecem os produtos florestais, o complexo sucroalcooleiro e o café.