Soja Brasil

Colheita de soja deste ano leva a recorde nos preços de frete

Rota mais cara no período de janeiro foi a de Rio Verde (GO) para Imbituba (SC)

O escoamento da soja brasileira, que normalmente toma conta dos serviços de frete nos períodos de colheita, desta vez eleva os preços do transporte a níveis recordes. As cotações para a movimentação de grãos em Mato Grosso, maior estado produtor da oleaginosa, alcançaram os valores mais altos na série histórica em janeiro, e devem atingir patamares ainda maiores neste mês de fevereiro. As informações são do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado na última sexta-feira (18).

Com o registro de 2,45 milhões de toneladas em exportações apenas em janeiro deste ano, a soja alcançou valor recorde também de receita, chegando a US$ 1,24 bilhão no último mês. “As informações do mercado indicam uma demanda mundial crescente pela oleaginosa, em virtude da retomada da produção e do consumo de proteína animal no mundo, o que indica redução da relação estoque/consumo de soja em grãos em 2022”, afirma o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth. “E as exportações brasileiras em janeiro de 2022 foram históricas tanto em receita quanto em embarques para este período do ano”.

Rotas mais relevantes

De acordo com a pesquisa mensal realizada pela Conab para monitorar as rotas mais relevantes de corredores logísticos com origem nos estados produtores, o preço de frete praticado em Mato Grosso aumentou 41% nos percursos de Querência (MT) para Araguari (MG) e Colinas (TO) em relação a janeiro do ano passado, chegando ao valor de R$ 270 por tonelada. Entre os trajetos realizados, a mais cara é de Campo Novo (MT) para o porto de Santos (SP), cotada em R$ 430/t (aumento mensal de 10% e de 33% em relação a jan/21).

Em Goiás, que passou a ser o segundo maior produtor de soja nesta safra, após a quebra registrada nos estados do Rio Grande do Sul e Paraná, a antecipação ainda em janeiro da colheita da soja nos principais municípios fez aumentar a demanda por caminhões, marcando o reinício das atividades com forte movimentação dos grãos. A rota mais cara no período de janeiro foi a de Rio Verde (GO) para Imbituba (SC), cotada em R$ 250,50, aumento de 6% em relação a dezembro do ano passado. Em termos percentuais, a elevação maior foi no trecho de Bom Jesus de Goiás para São Simão (GO), que passou de R$ 67,50 para R$ 92, um incremento de 36% no total.

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Foto: Marcelo Lara/Canal Rural