Soja Brasil

Soja: Emater monitora ocorrência de esporos da ferrugem asiática no RS

Programa tem como objetivo auxiliar na tomada de decisão e contribuir para a racionalização de fungicidas

Ferrugem asiática
Foto: Rafael Soares/Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul

A Emater/RS-Ascar, em conjunto com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seadpr) e outras instituições e entidades de ensino e pesquisa, desenvolvem desde a safra passada, um programa de monitoramento da ocorrência de esporos de ferrugem asiática da soja, causado pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, nas regiões produtoras do Rio Grande do Sul, como estratégia para o manejo da doença.

Segundo o engenheiro agrônomo e extensionista rural da Emater/RS, Elder Dal Prá, o programa tem como objetivo auxiliar na tomada de decisão e contribuir com a racionalização no uso de fungicidas, na redução do impacto ambiental e do custo de produção das lavouras de soja. “Além de integrar os dados obtidos no monitoramento de esporos com informações relativas às condições meteorológicas, que podem ser utilizadas para a escolha da melhor estratégia de manejo da ferrugem”, relata.

Nesta safra, o programa é executado por meio da instalação de coletores de esporos em 24 lavouras de soja de todo o Estado, georreferenciadas e caracterizadas como Unidades de Referência (URs) dos programas de Manejo Integrado de Pragas (MIP) e Manejo Integrado de Doenças (MID). Na última safra, os coletores foram instalados em 24 lavouras com o objetivo de realizar um estudo piloto de monitoramento da ocorrência de esporos nas regiões produtoras, as quais também serão base de referência nesta safra.

“O coletor é constituído por uma haste de ferro com base para fixação no solo. Acoplado na haste há um tubo alongado e cilíndrico de PVC. Neste, é inserido um suporte para instalação de uma lâmina de vidro de microscopia, na qual é colada fita adesiva dupla face, para capturar os esporos trazidos pelo vento. A lâmina de cada coletor será substituída uma vez por semana pelos técnicos da Emater, acondicionadas e encaminhadas para os laboratórios das instituições que fazem parte do programa, para a determinação da presença de esporos”, explica o engenheiro agrônomo.

Visando subsidiar os estudos epidemiológicos e o monitoramento de P.pachyrhizi, além da data de detecção, serão registrados os dados da localização georreferenciada, dados meteorológicos, cultivar, data da emergência, data da detecção dos primeiros uredosporos, data da primeira aplicação de fungicidas para ferrugem, e número de dias da emergência até a aplicação e número total de aplicação de fungicidas.

Os resultados das análises das lâminas serão disponibilizados pelas instituições, através do site do programa, que estará disponível em algumas semanas. Dessa forma, todos os dados estarão reunidos num mesmo documento, ficando disponíveis para todas as instituições referentes à detecção de esporos do fungo nas lavouras que estão sendo monitoradas, sendo também divulgados por meio de informativos, comunicados, boletins técnicos ou artigos científicos, reuniões técnicas, palestras e eventos científicos.

O programa é coordenado pelo engenheiro agrônomo fiscal estadual agropecuário Ricardo Augusto Felicetti, pela doutora em fitopalogia da SEAPDR, Andreia Mara Rotta de Oliveira, e pelo engenheiro agrônomo e extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Elder Dal Prá.

Instituições parceiras – Universidade de Passo Fundo (UPF), Embrapa Clima Temperado/Clínica Fitossanitária, Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) Campus Ibirubá, Smart Consultoria Agronômica e Serviços Agrícolas Ltda – Smart Agri, Sociedade Educacional de Três de Maio (Setrem), Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e Missões (URI) Campus Santiago, Universidade Federal do Pampa (Unipampa) Campus Itaqui e São Gabriel, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), e Universidade de Cruz Alta (Unicruz).