Soja Brasil

Moratória da soja no Cerrado é absurda, diz presidente da Aprosoja

Antônio Galvan afirma que impor mais controles à produção da oleaginosa é colocar segurança alimentar global em risco

A equipe de transição do novo governo eleito está discutindo a possibilidade de realizar uma moratória da soja no Cerrado. A informação foi divulgada pelo ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, integrante do grupo que alinha a transferência presidencial.

Segundo ele, houve conversas com o setor da oleaginosa na busca por um pacto sustentável no bioma, como ocorre na Amazônia. No entanto, para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Antônio Galvan, as atuais restrições existentes quanto ao cultivo do grão não provém do governo e, sim, de empresas, medida que, em sua interpretação, é contrária ao que diz o Código Florestal Brasileiro.

“Se tem um país desse mundo que preserva [o meio ambiente] e ainda tem muitas áreas para serem preservadas, como números já mostrados pela própria Embrapa e Nasa, é o Brasil. Vamos lutar contra essa moratória porque o que vem sendo colocado por essas normas, essas cobranças, é de quem não tem o direito de cobrar isso, como os europeus, principalmente”, declara.

Galvan ressalta que o Brasil preserva 2/3 de seu território e impor a moratória da soja no Cerrado seria uma decisão absurda. Para o presidente da Aprosoja, outros países desenvolvidos já desmataram parte significativa de suas florestas e não têm o direito de impedir que os agricultores brasileiros produzam alimento.

“A própria ONU diz que o Brasil pode suprir 40% da demanda futura [global de alimentos] nos próximos anos […]. Restringir a produção vai restringir também a oferta, trazendo [ao consumidor] preços mais caros”, afirma.