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'Atraso no plantio da soja no Brasil vai alongar vendas dos EUA para a China'

Analista explica que pode faltar soja brasileira no mercado internacional em janeiro, o que pode diminuir os estoques norte-americanos

O plantio da soja no brasil atingiu 3,4% da área, ritmo mais lento dos últimos 10 anos. O levantamento feito pela AGrural atribuiu o cenário às altas temperaturas e a falta de chuva nas principais regiões produtoras do país.

Sobre este assunto, conversamos com o analista de mercado da StoneX Jonas Pizatto, que esclarece que o atraso no plantio em relação ao ano passado não representa queda na produtividade.  “Já tivemos outros anos em que o plantio entrou de forma mais tardia e não houve grandes danos, desde que depois que a lavoura implementada, a chuva ocorra de maneira normal. Digo mais, a janela ideal para o plantio começa do dia 15 de outubro para frente. O mercado está reagindo ao plantio porque a gente tem colheita no Brasil no mês de janeiro, principalmente em Mato Grosso, principal produtor do BrasiL. É uma soja que já teria destino, principalmente para a China e, atrasando o plantio, quer dizer que não teremos disponibilidade de soja para entregar ao mercado internacional em janeiro. O mercado, então terá que buscar mais soja em outros lugares, como nos EUA”, disse.

Segundo ele, o grande impacto que temos visto no mercado em detrimento do atraso do plantio é o alongamento da janela norte-americana de exportação, fazendo com que os estoque americanos ficassem mais apertados, influenciando em Chicago. “Não podemos dizer que esse atraso vai trazer danos de rendimento nesse momento, mas não tenha dúvida que o mercado precifica isso de outras maneiras”, completou.