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China vai movimentar o mercado brasileiro de soja na semana

O mercado da soja continua dividindo as atenções entre a nova safra norte-americana e os movimentos da demanda chinesa

Acompanhe os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem.

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Foto: Pixabay

As dicas são do analista da Safras Consultoria, Luiz Fernando Gutierrez Roque.

– O mercado da soja continua dividindo as atenções entre o clima para o avanço do plantio e desenvolvimento inicial da nova safra norte-americana, finalização da colheita e consolidação da safra sul-americana e os movimentos da demanda chinesa no mercado internacional. Os players também digerem os números do relatório do USDA, que trouxe as primeiras estimativas para a nova temporada. A guerra entre Rússia e Ucrânia e a situação econômica mundial fecham o quadro de fatores.

– Os trabalhos de plantio da nova safra dos EUA continuam avançando em um ritmo abaixo da média das últimas cinco safras nos principais estados do cinturão produtor norte-americano. Apesar dos atrasos iniciais, se o clima melhorar, é possível que vejamos uma boa recuperação no ritmo da semeadura. E o clima nos últimos dias foi melhor, com menos umidade sendo registrada nos principais estados. Atenção ao dado de evolução do plantio que será divulgado na segunda-feira (16) após o fechamento do mercado. Se houver alguma recuperação, Chicago pode sentir uma pressão negativa.

– Na América do Sul, os trabalhos avançam para a reta final no Brasil e se aproximam das últimas áreas na Argentina. No Brasil, restam poucas áreas a serem colhidas no Rio Grande do Sul e em alguns estados no Norte e Nordeste. A colheita revelou que as perdas no RS foram mais expressivas do que as estimadas inicialmente, o que levou a um novo corte de produção. A safra brasileira deve se consolidar entre 122 e 123 milhões de toneladas. Já na Argentina, a melhor climática registrada a partir de março impediu o aumento das perdas, e a safra deve se consolidar em torno de 42 milhões de toneladas. Não esperamos maiores mudanças nesses números, e os mesmos já se encontram precificados em Chicago.

– O relatório do USDA de maio chamou bastante a atenção do mercado por trazer os primeiros números da nova temporada (2022/23). O USDA confirmou o sentimento do mercado ao indicar uma safra recorde nos EUA, embora tenha trazido um número superior ao esperado. Já no caso dos estoques, o USDA indicou uma recuperação, mas trouxe um número abaixo do esperado pelo mercado. O relatório foi considerado neutro, mas os players ainda devem digerir os números nos próximos dias.

– Conforme esperávamos, novas vendas de soja dos EUA para a china foram anunciadas nesta última semana, fato que voltou a trazer suporte para os contratos da safra atual em Chicago. Este é um importante fator de
sustentação para Chicago, visto que a demanda pela soja dos EUA continua firme em meio à menor oferta sul-americana. Devemos continuar vendo novos anúncios nos próximos dias.