No Paraná, 44% da área destinada ao cultivo da soja já foi semeada, de acordo com a última estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral-PR). Para mostrar a evolução da lavoura, a expedição do Projeto Soja Brasil foi ao norte do estado, no município de Londrina.
O produtor rural do distrito de Lerroville, Leonardo Fabiano, plantou 53 hectares com a oleaginosa nesta temporada e está animado com o clima. “Nossa expectativa de produção é muito boa. Estamos corrigindo o solo e melhorando e o solo com a palhada de trigo dá uma boa cobertura em casos de veranico […]”, ressalta.
No entanto, os custos de produção, que aumentaram cerca de 40% nesta safra, puxados, principalmente, pelos fertilizantes, faz com que o agricultor mantenha os pés no chão.
Notícias Relacionadas
“O aumento de custo foi generalizado. Teve alguns produtos específicos com alta além do normal. Uma questão que tem acontecido é que temos nos posicionado e feito essa compra no passado e esses produtos vieram agora na ‘boca’ do plantio, então não conseguimos desfazer esses contratos para fazer novamente. Com o grão caindo, os custos vão sendo bem maiores do que nos últimos anos”, conta.
Estratégias para manter a rentabilidade
O engenheiro agrônomo Felipe Domansky presta assessoria na propriedade de Fabiano e busca instrui-lo para que consiga manter a rentabilidade mesmo diante de custos tão elevados.
“A forma como o produtor seleciona esses insumos é o grande X [da questão]. Nem todos os produtores tem um monitoramento mais detalhado do que ele tem no solo, que são as reservas de fósforo, potássio, o posicionamento desse elemento. [Cabe a ele se perguntar] se o fósforo está superficial ou aprofundado. […] em muitas propriedades se observa plantas produzindo mais com teores menores de fósforo, porém, esse fósforo está mais aprofundado no solo e absorve melhor. Isso impacta diretamente no custo”.
Produção paranaense de soja
No último ciclo, devido à estiagem, o Paraná produziu pouco mais de 12 milhões de toneladas de soja. Já para esta temporada, espera-se uma safra de mais de 21 milhões de toneladas em praticamente a mesma área plantada, um aumento de 72% na produção.
“O Paraná é um dos primeiros estados que começam a semear a soja. [Nesta safra] começou na janela ideal, ou seja, logo após o vazio sanitário os trabalhos começaram em algumas regiões e vem avançando nas últimas semanas de outubro, mas nos últimos dias tivemos muita umidade, o que vem atrasando os trabalhos de plantio. Porém, nada muito alarmante, mas é algo que precisamos ficar de olho nas próximas semanas”, explica o consultor da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque.
O presidente da Aprosoja-PR, Eduardo Cassiano, lembra que a perspectiva é do fenômeno La Niña perdurar até o fim deste ano. “Por enquanto, está correndo tudo bem. Esperamos que ele [La Niña] não seja tão severo como no ano passado, quando tivemos 60 dias de escassez total de chuva. Esperamos que possa ter alguma diminuição nas chuvas, mas que elas continem ocorrendo”.
