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Sem chuvas, Mato Grosso não arrisca plantar a soja após fim do vazio sanitário

Por lá, os produtores estão preparados, mas nem os fertilizantes lançaram no solo, pois há risco de incêndios. Aprosoja recomenda cautela

A falta de chuvas, o aumento das queimadas e a umidade do ar abaixo de 10% podem atrasar o início do plantio da soja em Mato Grosso. A estiagem já dura mais de 100 dias no estado e os produtores aguardam umidade para dar início à mais uma temporada. A partir desta quarta-feira, 16, o plantio da soja está autorizado, mas não há máquinas no campo.

Neste mesmo período do ano passado, a área de 1.350 hectares da fazenda de Silvésio Oliveira, em Tapurah (MT), já estava pronta para o cultivo da soja, o solo estava com umidade suficiente, permitindo o início do plantio da safra de soja. Hoje, o cenário é bem diferente.

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“O ano começou bastante complicado. As previsões são de que as chuvas adequadas para plantio só virão para o final de setembro. Estamos na expectativa de um clima bastante favorável para essa safra 2020/2021., Está tudo pronto, máquinas e plantadeiras, aguardando só as chuvas para plantar”, diz Oliveira.

A ansiedade também toma conta de outro produtor da região, Jorge Piccinin Filho. A semeadura dos 4,5 mil hectares, programada para o início de outubro, foi adiada. Assim como Oliveira, Piccinin terá que esperar uma boa chuva antes de lançar as sementes na terra. E não é só a estiagem prolongada a grande preocupação do produtor. Os incêndios na região também assustam.

“Fazia tempo que a gente não passava por uma situação tão difícil, uma seca tão intensa e tão severa com o esta. O trabalho de campo está atrasado. Ano passado, uma época dessa, a gente já tinha finalizado o trabalho de jogar adubo na terra. Esse ano, não conseguimos. Até pelo perigo de fogo, incêndios, vamos ficar no aguardo das chuvas. Vamos ver se para outubro ela chega, vem com mais intensidade para a gente não atrasar muito o início do plantio’, afirma Piccinin.

Segundo o presidente da Aprosoja-MT, Antonio Galvan, ninguém no estado está se arriscando a iniciar os trabalhos de plantio, ou de lançamento de adubo na terra.

“Temos o hábito aqui, para agilizar trabalho, de jogar fertilizante antes de fazer o plantio, no período seco. Então o fogo é uma grande preocupação porque se entrar um fogo nessa sua palhada de milho, além de perder toda a sua matéria orgânica, vai perdendo os fertilizantes. Nem mesmo há quem se arrisque fazer um plantio no seco, pois irá perder a semente. Tem que se ter aceiros e se prevenir de um possível incêndio que possa vir acontecer e este ano está bastante adverso, acredito que tenha bastante incêndios criminosos aí”, afirma.

Por estas razões todas a orientação da Aprosoja ao agricultor é cautela no plantio. Vale aguardar a estabilidade da chuvas para evitar prejuízos.

“Um ano desses, como todos os meteorologistas falam da dificuldade da chuva, principalmente agora da inicial, espera-se um pouco. Não coloque em risco as duas culturas (soja e milho), pois o milho de segunda safra virou uma safrona, Por isso não corra o risco na safra principal, tenha muita cautela nesse momento para que isso não venha trazer prejuízos”, afirma Galvan.

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