O escalonamento de semeadura é uma técnica de manejo que pode ajudar a reduzir perdas de produtividade da soja e de outras culturas. A técnica consiste em alternar a época do plantio com cultivares de diferentes intervalos de maturação.
Segundo o engenheiro agrônomo e professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Eduardo Lago Tagliapietra, a medida pode ajudar os produtores de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná – que sofrem mais com a estiagem – a reduzir o déficit hídrico na soja no período de enchimento de grãos, fase mais crítica da cultura.
O especialista lembra que além de maior segurança em momentos de menor oferta de água na temporada, a prática também proporciona melhor colheita porque a lavoura fica mais distribuída, se aprontando em momentos diferentes.
“No Sul, o produtor vai ter mais eficiência na utilização das máquinas, colhendo as lavouras em momentos diferentes. Já no Centro-Oeste, onde, geralmente, chove bastante na época de colheita, vai ser possível retirar a produção com maior qualidade, evitando perdas por excesso hídrico”, constata.
Além do escalonamento de plantio, a tecnologia promete revolucionar o cultivo de soja e de outras culturas, tornando a produção cada vez mais eficiente e com o mínimo de perdas.
Agricultura digital e de precisão
Conceitos novos na vida do agricultor, a agricultura digital e a de precisão podem se confundir, mas possuem diferenças. De acordo com o professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Sárvio Valente, o produtor de hoje dispõe de várias tecnologias para fazer a gestão no campo, o que não se restringe às variabilidades da agricultura, mas também de máquinas, recursos humanos e do clima, entre outras, com monitoramento em tempo real.
Valente enfatiza que a ampla quantidade de dados transmitidos a todo o momento e que chegam à fazenda faz necessária a tomada de decisões, algo que a inteligência artificial pode ajudar.
“Temos de processar esses dados para gerar informações úteis para tomarmos decisões. Temos, por exemplo, modelos para fazer classificação e ver se determinada área corre o risco de ter problema com alguma doença e tomar decisões, indo a campo ou não para investigar se realmente se trata de uma doença. Assim, é possível calcular o risco e verificar como está o desenvolvimento da cultura […]”.
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