Amostragem e aplicação correta de inseticidas ajudam a combater percevejos da soja, diz especialista

Segundo Samuel Roggia, os percevejos atacam diretamente os grãos e as vagens causando danos sérios à produçãoNesta safra de soja 2012/2013, uma das preocupações dos produtores do grão é a incidência de pragas nas lavouras. O percevejo da soja é a principal delas. Para combatê-lo, especialistas indicam fazer amostragens nas lavouras e aplicar os inseticidas no momento adequado.

Segundo o pesquisador da Embrapa Soja de Londrina (PR) Samuel Roggia, os percevejos surgem devido às grandes extensões plantadas de soja e aos fatores climáticos, que podem favorecer um maior ou menor ataque dos percevejos.

– Os percevejos são a principal praga da cultura da soja, pois atacam diretamente os grãos e as vagens causando danos sérios. A presença deles é bastante variável dependendo do clima de um ano para outro – diz Roggia.

Regiões com temperaturas mais altas têm ataques mais intensos do percevejo. Mas o ataque maior da praga na soja é durante o período de surgimento da vagem. Roggia explica que nesse momento a planta passa a ter um valor nutricional mais alto, por isso os percevejos tendem a aumentar.

O percevejo da soja é a principal praga da cultura, e uma forma de provar isso, diz Roggia, é a análise da quantidade de pragas por metro.

– O nível de controle em lavouras comerciais é dois percevejos por metro. Em lavouras que produzem sementes, é um percevejo por metro.  A comparação que fazemos de percevejos com lagartas, e o que mostra que o percevejo é uma praga muito mais séria, é que consideramos dois percevejos por metro, e lagartas são 20 por metro. Isso indica que os percevejos têm um potencial de dano muito maior.

O combate a essa praga deve ser feito, de acordo com o pesquisador, através de amostragem e de acompanhamento da lavoura. Aplicar inseticida no momento certo é fundamental para controlar o percevejo.

– O produtor precisa fazer a amostragem e o acompanhamento da lavoura, pois o momento de aplicação é a principal ferramenta que ele tem. Deve-se fazer o uso de produtos eficientes no momento adequado, e é só através da amostragem que o produtor consegue fazer isso. Aplicações muito cedo, quando a população de percevejos é baixa, causam um maior gasto de agrotóxicos nas lavouras. Por outro lado, aplicações muito tardias, quando a população está bastante desenvolvida, podem trazer riscos para a produtividade, além de ficar mais difícil controlar os percevejos quando eles estão em alta densidade populacional – fala.

A quantidade de produtos disponíveis no mercado para fazer o controle dos percevejos diminuiu, e isso torna ainda mais importante o uso de métodos de amostragem nas lavouras.

– Com a saída de vários produtos do mercado, sobraram poucos que podem ser usados pelos produtores para o controle dos percevejos, e aí vem a preocupação do surgimento de percevejos resistentes a esses poucos produtos que sobraram. Por isso, o produtor precisa fazer a amostragem e aplicar o inseticida no momento correto para racionar o uso desses poucos produtos que ficaram no mercado.