Combate à cigarrinha das pastagens

Praga ataca principalmente na estação chuvosa, diminui a qualidade das pastagens e traz degradaçãoO assunto da reportagem especial do Rota da Pecuária dessa quinta-feira é a grande vilã dos pastos brasileiros: a cigarrinha. A praga, que ataca principalmente na estação chuvosa, diminui a qualidade das pastagens e traz degradação, causando prejuízos e queda de produtividade na pecuária a campo.

Quem vê os pastos verdes e já recuperados da Fazenda Colorado, no município de Araguari, no Triângulo Mineiro, não imagina que nos últimos três anos a cigarrinha tem sido um grande problema na época das águas. Aproximadamente 15% das pastagens da propriedade já foram atacadas pela praga. Para o proprietário da fazenda, isso significa mais preocupação e trabalho para evitar perdas de produtividade do rebanho.

A cigarrinha está entre os principais problemas que comprometem as pastagens do país. Estima-se que, em média, haja uma redução de 15% na produção de massa verde nas áreas afetadas.

São três as principais espécies de cigarrinhas, que atacam diferentes tipos de forrageiras. As menos resistentes ao inseto são as braquiárias, principalmente a decúmbens e a marandu. O inseto costuma se manifestar logo no começo da estação das chuvas, em outubro ou novembro, e permanece durante todo o período, até março ou abril, deixando o pasto com aspecto de seco.

A equipe do Rota da Pecuária encontrou a cigarrinha durante a expedição em pleno mês de julho, na Fazenda Estiva, no município de Aparecida do Taboado (MS).

– Nesta época, eu não deveria estar encontrando a cigarrinha. Isso demonstra que, na época forte dela, que é de dezembro a março, a população deve aumentar bastante – afirma o proprietário da Fazenda Estiva, Albenah Garcia Filho.

A razão da aparição da cigarrinha talvez tenha sido a chuva atípica deste ano, principalmente em junho. A reforma, com implantação do sistema silvipastoril nas áreas comprometidas, reduziu a infestação da praga, sem, contudo, exterminar o problema. Isso deixa o pecuarista em alerta.

– Eu tenho que ficar monitorando a progressão da cigarrinha, para, na hora certa, fazer a pulverização. Pelo porte da área, provavelmente teremos de fazer a pulverização com aviação agrícola – afirma Albenah.

O especialista em pastagens da equipe do Rota da Pecuária, Felipe Carvalho da Silva destaca a importância da aplicação de defensivos no momento em que o inseto se instala no capim. Na fase de ninfa, a cigarrinha se aloja na base da planta, envolvida por uma espuma.

– A prevenção desse tipo de praga é muito difícil, ainda mais em espécies que são suscetíveis à cigarrinha. O controle é feito a partir da utilização de inseticida. Os neonicotinoides são os que vêm sendo mais utilizados devido a maior efeito residual e maior efeito nas ninfas também.

O manejo adequado, como o controle da altura da forrageira, além do uso de gramíneas mais resistentes, também são formas de manter longe a vilã dos pastos brasileiros.