Crédito rural precisa de menos burocracia para o produtor investir mais

Especialistas propõe sistema de crédito rotativo para investimentos e custeioUma das propostas do plano de ação do agronegócio que está sendo elaborado por um grupo de especialistas é aperfeiçoar e simplificar o acesso do produtor rural ao crédito agrícola. A principal mudança é no sistema de crédito, que passaria a considerar o conjunto de atividades de uma propriedade e não uma ou outra cultura somente. • Acesse o site especial do programa Plano de Governo

O sistema pensado leva o nome de crédito rotativo, e vale tanto para custeio, quanto para investimento e comercialização, atendendo todas as atividades de produtor rural na propriedade e não somente para um produto, como milho, soja ou leite por exemplo.
 
– A ideia é que isso fosse um crédito por um período maior e renovado automaticamente, o que simplificaria enormemente para os agentes financeiros e para o próprio produtor rural – aponta Luis Carlos Guedes Pinto.
 
Guedes Pinto, que já foi ministro da Agricultura, faz parte do grupo de especialistas empenhados em sugerir mudanças no sistema de credito agrícola brasileiro. Um vasto material está sendo preparado por técnicos com experiência nas áreas acadêmica e governamental. A ideia é reunir as demandas das entidades ligadas ao agronegócio para elaboração de um documento final, a ser entregue aos candidatos à Presidência da República.

• Acesso ao crédito rural precisa ser mais rápido e fácil
 
Em relação a crédito rural, serão apresentadas propostas que incluem desde mudanças no sistema de cobrança de taxas e exigências de documentos das instituições financeiras, até alterações na legislação, que é de 1965.
 
– Há produtores que são clientes do banco há 40 anos, com a mesma propriedade, e todo ano têm que renovar o mesmo conjunto de documentos perante o banco; obter várias certidões tributárias, fiscais, trabalhistas, que em outros setores basta consultar o Cadin. Por que não fazer isso no caso da agricultura? – questiona Guedes Pinto, referindo-se ao Cadastro Informativo de créditos não quitados do setor público federal, um banco de dados com nomes de pessoas e empresas com dívidas em atraso em algum órgão ou entidade da Administração Pública Federal.
 
Guedes Pinto diz também que seria importante existir uma central para que o agente financeiro pudesse avaliar de forma adequada a capacidade de pagamento do tomador de crédito. Menos burocracia e menos juros completam o conjunto básico de propostas.
 
– Isso seria bom também para o produtor rural. E estimular também o chamado cadastro positivo. Eu acho que na medida em que isso se generaliza na agricultura, isso favorece a todos.

• Reveja a reportagem anterior desta série: Plano de Governo pede mudanças na subvenção ao seguro para garantir permanência no campo