A passagem da equipe do Rota da Pecuária pelo município sul-mato-grossense de Paranaíba, na divisa com Minas Gerais, incluiu uma visita à Fazenda Mascote. Na propriedade, a pecuária verde vem ganhando o reforço da suplementação a pasto. Cada categoria de animais recebe uma suplementação diferente, num sistema que começa ainda ao pé da mãe, o chamado creep feeding. Cada grama a mais na bezerrada comercial, segundo Fábio Carvalho Macedo, faz a diferença, já que a fazenda vende os animais por quilo vivo.
– O creep me proporciona desmamar bezerros numa média de 230 quilos. No caso das vacas, alivia um pouco também, já que o bezerro não fica dependente só do leite da vaca – afirma Fábio.
E a mineralização das vacas de cria também é importante.
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– Enquanto estão amamentando no período das águas, elas estão com suplementação mineral. Após a desmama, elas entram no sal oreado, para não perder escore corporal para uma parição ou reconcepção depois – diz o pecuarista.
A suplementação proteinada no gado de engorda inicia logo após a desmama. Isso acelera a terminação dos animais em até um ano.
– Eu preciso abater o animal antes de desmamar a próxima safra. O meu tempo é curto. Eu preciso atingir isso através de suplementação e do manejo de pastagem – afirma Fábio.
Esse trabalho tem a consultoria de Adilson Gastaldello, zootecnista é mestre em nutrição animal pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). Ele explica a importância da suplementação a pasto.
– O objetivo é sempre oferecer o que o pasto não oferece. No período seco, trabalhamos normalmente com alimento protéico, às vezes energético. No período das águas, podemos fornecer um alimento energético, visando a um melhor desempenho dos animais – afirma o zootecnista.
Na Fazenda Medalha Milagrosa, no município de Prata, no Triângulo Mineiro, a suplementação a pasto foi responsável por dobrar a produção de leite. Atualmente, a produção é de 2 mil litros por dia, com 115 vacas em lactação. O trato é distribuído de acordo com a produção e o peso das fêmeas, divididas em lotes.
O sistema foi implantado na fazenda há cinco anos. O trato é dado quatro vezes ao dia, o ano todo, além da silagem, que integra a dieta na época da seca. O controle da suplementação, segundo o pecuarista José Macedo Bernardes, é fundamental para se obter bons resultados.
Em Juara, terra do maior rebanho bovino de Mato Grosso, a equipe do Rota da Pecuária encontrou um projeto recém implantado na Fazenda Paineiras, para substituir o antigo, com poucos resultados e nenhum controle. Assim que Jovani Duminelli assumiu a gerência da propriedade, há dois meses, contratou um especialista.
Os 192 animais que participam do projeto recebem um trato por dia, junto a uma praça de pastejo rotacionado, com piquetes de um 1,5 hectare. Os animais entraram no sistema com 440 quilos e, 60 dias depois, devem sair com 525 quilos.– No primeiro dia de trabalho já foi detectada a falta de cocho. O horário de trato também estava incorreto. Entrei em contato com um consultor, que corrigiu de imediato essas deficiências. Seguimos as indicações dele – afirma Duminelli.
