Ministra do Meio Ambiente não vê problema em votar Código Florestal após Rio+20

Parlamentares não chegaram a acordo para votação do novo textoA ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse nesta quarta, dia 21, que não vê constrangimento caso o texto do Código Florestal, em discussão na Câmara dos Deputados, não seja aprovado até a realização da conferência Rio+20, marcada para junho.

— Não vejo assim, mais uma vez, não cabe a mim comentar as decisões do Congresso. Eu estou seguindo as negociações e sigo conversando — afirmou Izabella a jornalistas, após participar de seminário sobre a conferência no Palácio do Planalto.

Questionada por repórteres se considerava fundamental a aprovação do Código antes da conferência, a ministra do Meio Ambiente respondeu:

— O fundamental é que a gente possa, na realidade, avançar na legislação florestal do Brasil e resolver as pendências que existem hoje, não só em relação à agricultura, mas também os instrumentos econômicos, gerir as florestas brasileiras com maior eficiência.

Obstrução na Câmara

A falta de um acordo sobre a votação do Código Florestal contaminou nesta terça, dia 20, o clima na Câmara dos Deputados, impedindo a votação da Lei Geral da Copa, assunto considerado prioritário pelo Palácio do Planalto.

– O governo propôs votar a Lei da Copa e dar um prazo para o Código sem definir data. Ficou de estabelecer isso hoje. O que aconteceu? O presidente da Casa colocou em pauta extraordinária a Lei da Copa e esqueceu o Código. Nós queremos saber o que vai acontecer com o Código, por isso, nós vamos fazer todas as tratativas para não deixar votar a Lei da Copa – afirmou o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), coordenador da Frente Parlamentar Agropecuária.

Segundo os parlamentares, o interesse é não adiar ainda mais a votação.

– A grande maioria dos parlamentares, todos os partidos da base aliada do governo, têm dificuldades de votar a lei da Copa enquanto nós não definirmos a data da votação do Código Florestal. O ponto que nós estamos cobrando nesse momento é a data. O que nós não queremos é que essa data fique adiada ad eternum – disse o deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS).

O presidente da Câmara, Marco Maia, criticou a estratégia da bancada ruralista e da oposição.

– Não é razoável nós termos obstrução da votação da Lei Geral da Copa em função da votação do Código Florestal, que nós podemos realizar logo ali na frente desde que haja um acordo entre a oposição e o governo, entre o governo e a sua base aliada aqui na Casa. A Lei Geral da Copa é importantíssima para o Brasil, para o país é um projeto que não tem nada a ver com o Código Florestal – afirmou Marco Maia.

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do Código Florestal aprovado no Senado