Produtores de soja investem em alternativa para controlar nematoides em Mato Grosso

Clima seco e solo de má qualidade favorecem aparição da doençaA irregularidade das chuvas, aliada ao solo frágil com baixo teor de adubação, provoca um alto índice de nematoides em uma propriedade de Alto Garças, em Mato Grosso. E a doença está comprometendo o desenvolvimento das variedades de soja  do ciclo médio. Preocupados, os produtores estão procurando alternativas para tentar evitar mais problemas.

As máquinas já deram a largada para a colheita da safra de soja em muitas regiões de Mato Grosso. As variedades precoce e super precoce estão sendo colhidas, e há outras de ciclo médio e mais tardio em muitas partes do Estado, dessecadas para o ponto da colheita. Mas enquanto alguns comemoram bons resultados, outros enfrentam uma situação preocupante: na região de Alto Garças, a má qualidade do solo e o clima seco têm tirado o sono de muitos produtores. A maioria das áreas possui um solo arenoso e a falta de umidade gera transtornos. Nessa safra, a chuva na região está bem localizada e em quantidade incapaz de suprir as necessidades.
 
– Aqui o principal problema é a textura, é um solo bastante arenoso, com apenas 10% de argila. O problema de falta de água aqui é vidente, então qualquer veranico de uma semana, dez dias, causa impacto em termos da produtividade da soja – afirma o engenheiro agrônomo Tiago Hinnah.

As plantas refletem a falta da chuva. O stress hídrico é inevitável, e a cada dia aumenta a chance da diminuição da propriedade. Além disso, o clima seco vem favorecendo um outro inimigo das plantas: o nematoide, que gera muitos prejuízos.

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– Esse trabalho que a gente vem plantando hoje, agricultura de precisão em toda a área, braquiária para semente, braquiária com o gado em cima, seguramos a palhada. Na colheita não tiramos a palhada, deixando ela em cima, e tentamos incorporar o máximo de matéria orgânica no solo – conta o produtor.
 
– É um trabalho que deveria ser adotado por todo o produtor que se estabelece em solo de textura arenosa. Não fazer o monocultivo, soja, milho safrinha, soja, milho safrinha,isso aí não tem muita sustentação. No caso aqui presente ele vai ter uma sustentação muito mais viável, no sistema que ele está adotando,a braquiária normal como uma fonte de matéria orgânica – diz Áureo Lantmann.

A troca da monocultura pela rotação de culturas, aliada à integração lavoura-pecuária, ajudou muito na receita da propriedade e, de lá para cá, a lavoura tem tido bons resultados.
 
– Hoje de braquiária bruto, nós conseguimos em torno de R$ 6 mil por hectare. A outra braquiária com o gado aí liquido nós conseguimos uns mil reais por hectare, e aí falando de soja, nós estamos colhendo em torno de 45 a 50 sacas por hectare – calcula o produtor Rudolph Aernoudts.
     
Ele adotou o mesmo sistema também nas áreas com solo argiloso. A estimativa é de um aumento na produtividade.
 
– A São Jerônimo são 2,2 mil hectares. A expectativa de soja é de 60 sacas de soja por hectare. Uma área está com algodão. Estamos colhendo 300 arrobas de plumas por hectare, e onde não é algodão vem safrinha de milho em tudo – explica.

Marque na agenda! O Canal Rural transmite a Abertura Oficial da Colheita da Safra de Soja 2013/2014, na Fazenda Boa Sorte, no município de Quarto Centenário (PR). Na tarde do dia 31 de janeiro, serão realizados fóruns temáticos. E, na manhã de 1º de fevereiro, a solenidade simbólica, com a participação de autoridades e dos principais líderes do agronegócio nacional.

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