Produtores do RS torcem pela chuva na fase final do ciclo da soja

Últimas precipitações amenizaram, mas não evitaram o comprometimento de lavouras que sofreram com a seca e as altas temperaturasAgricultores das regiões norte e nordeste do Rio Grande do Sul torcem para que não falte chuva na fase final do ciclo da soja. O retorno das precipitações nas últimas semanas amenizou, mas não evitou o comprometimento das lavouras que sofreram com a seca e as altas temperaturas.

As lavouras de soja se estendem por 66 mil hectares na região de Tapejara, nordeste do Rio Grande do Sul. A maioria está na fase de enchimento de grãos e deve começar a ser colhida entre a segunda quinzena de março e a primeira de abril. Será nesta época que o produtor de sementes Cláudio Bee poderá confirmar o impacto que a estiagem e as altas temperaturas provocaram na plantação.

Em Tapejara, o agricultor cultivou pouco mais de 10% de toda a área de produção de sementes da empresa familiar. Considerando as lavouras do grupo, o local foi um dos mais prejudicados pelos efeitos do clima nesta safra. Mas o produtor não reclama. As perdas deste ano nem se comparam com as da última safra.

Agora Bee torce para que não falte chuva em março. Assim como os agricultores dos 32 municípios que compõem o norte gaúcho, onde as lavouras de soja ocupam 205 mil hectares.

No norte do Estado, as lavouras estão bonitas, mas os agricultores também vão colher menos do que o esperado. As chuvas até voltaram a aparecer nos últimos dias, mas a má distribuição de águas, principalmente no mês de janeiro, comprometeu o desenvolvimento das plantações. A estimativa é que o rendimento das áreas seja em média 10% menor que o previsto.

No ciclo passado, a quebra de produtividade na região foi de 40%. Por isso, apesar das perdas, os produtores estão satisfeitos com o resultado desta safra.

Mesmo sendo menor, a perda pelo segundo ano seguido confirma os riscos de quem produz grãos, uma indústria a céu aberto. Há três anos, o produtor Alan Negri tenta minimizar os efeitos desta ameaça. A agricultura de precisão foi a alternativa. Parte da lavoura de 111 hectares recebe adubação à taxa variável. Os resultados até aqui animam o produtor.

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