PSB tem dez dias para escolher novo candidato à Presidência

Articulações políticas depois do desastre aéreo ainda são incertas; confira análise de especialistaDepois da morte do candidato Eduardo Campos no acidente aéreo em Santos (SP) nesta quarta, dia 13, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) tem dez dias para entrar com novo pedido de candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A súbita saída de cena do candidato deixa margem a incertezas sobre uma eventual substituição feita com prazo limitado. Nas palavras do cientista político Eduardo Viveiros de Freitas, as dúvidas se estendem além do círculo interno partidário.

– O que acontece agora é que as lideranças da coligação e lideranças políticas de outros partidos vão atuar no sentido de definir logo o quadro porque a campanha começa e a campanha na televisão não espera – diz.

Campos era o primeiro candidato à Presidência com menos de 50 anos na História do país e conhecido como conciliador de interesses. A menos de dois meses das eleições, o PSB cogita sua substituição pela vice-candidata Marina Silva. Ela já teve votação substancial na eleição passada e o efeito de sua entrada na atual disputa política é dúbia para Dilma e Aécio, conforme comentou Freitas:

– Os dois podem ser tanto beneficiados quanto prejudicados porque a Marina tem um perfil próprio. Ela tem uma faixa própria na política brasileira; na eleição passada ela surgiu como uma novidade. Não existe clonagem na política. Se a Marina Silva for candidata a presidente, ela tem um perfil próprio e um discurso próprio, que às vezes conflita com os interesses de vários setores da sociedade, inclusive o setor do agronegócio.