Setores de insumos e equipamentos estimam crescimento na safra de soja 2013/2014

Representantes das indústrias participaram do painel Cenários de mercado e perspectivas da indústria, nesta sexta, dia 31, em Quarto CentenárioUma nova lagarta, a Helicoverpa armígera, amedrontou os produtores nesta safra e fez com que adiantassem as compras de insumos, especialmente de inseticidas. Além da helicoverpa, outras pragas assustaram os produtores neste ano, a exemplo do percevejo, que oferece riscos de quebra de produtividade e queda na qualidade do grão. Por conta do combate a todas estas pragas, os produtores estão preocupados com o percentual de lucro que poderão obter, uma vez que os custos foram maiores.

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Este foi outro aspecto de mercado discutido no painel Cenários de mercado e perspectivas da indústria, realizado pelo projeto Soja Brasil nesta sexta, dia 31, em Quarto Centenário, no Paraná. No debate, o coordenador de Marketing da Basf, Alison André Meschini, disse que o crescimento da ocorrência de pragas como o percevejo, fez com que os inseticidas ocupasse o posto de maior segmento dentro do mercado agrícola nos últimos anos.

– A gente precisou aumentar o número de aplicações para atender esta demanda e os produtos que temos no mercado hoje exigem mais desembolso – explicou.

Meschini afirmou que a projeção de crescimento das vendas do setor ainda não estão disponíveis e ainda não é possível estimar de quanto é a tendência de crescimento nesta safra. Mas há perspectiva de crescimento, inclusive devido ao lançamento de novos produtos no mercado.

– A gente sabe que o mercado tende a crescer, mas ainda não temos uma estimtiva. Os números serão fechados em abril pelo Sindag [Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal].

A demanda por fertilizantes cresceu em torno de 5% em 2013 e, segundo o diretor comercial Região Sul da Yara Brasil Fertilizantes, Maicon Cossa, a expectativa para 2014 é que a demanda de fertilizantes siga em alta, acompanhando o crescimento da produção de grãos.

– Isto se deve, também, a melhora na tecnologia adotada pelos produtores. O crescimento da produção não está sendo acompanhado pelo aumento de área, o que significa que o produtor está investindo mais em tecnologia e isto se reflete no mercado de fertilizantes – disse Cossa.

O analista de Marketing de Produto New Holland América Latina, Cristiano Conti, também espera um ano muito positivo para o setor de máquinas e implementos agrícolas, embora menor do que o vivido no ano passado.

– Nós aguardamos um decréscimo natural nas vendas, porque 2013 foi um ano acima da média e das expectativas.

Helicoverpa assustou menos quem plantou Intacta RR2

Segundo o gerente de biotecnologia de soja da Monsanto para a região Sul, Guilherme Lobato, os resultados da colheita serão melhores para quem plantou a nova variedade de semente geneticamente modificada da empresa, a Intacta RR2. Os resultados observados pela empresa, até agora, mostram que a variedade apresentou bons resultados no controle da lagarta helicoverpa.

– A variedade mostrou efetividade de supressão de quase 100% nas lagartas pequenas e 95% de controle das grandes – disse Lobato.

Ele ressaltou, no entanto, que o produtor deve permanecer atento às infestações e fazer aplicações se necessário, mas nunca de forma preventiva.

– Os agricultores estão relatando que não entraram para fazer controle de lagartas, o que é positivo porque aumenta a população de inimigos naturais. Isso aumenta até mesmo o combate do percevejo, por exemplo – disse Lobato.

A expectativa de produtividade é grande. Os primeiros resultados obtidos na primeira área colhida na Fazenda Boa Sorte foram de mais de 80 sacas. Entretanto, ainda não é possível informar qual a média de produtividade da nova variedade para todo o Brasil, pois ainda falta bastante soja a ser colhida.

– Estamos aguardando a comparação com as outras variedades. O resultado vai variar de região para região, então para termos o número de quanto a Intacta entrega temos que aguardar o avanço em todo o Brasil.

Lobato disse, ainda, que a perspectiva é de que o produtor tenha um benefício de R$ 400 por hectare com a nova semente, cujos preços este ano estão em R$ 115.

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