Cigarrinha destrói parte de safra e preocupa produtores em Goiás

Praga passou despercebida na última safra, mas agora se espalhou e causa sérios danos 

Fonte: João Henrique Bosco

Uma praga que até a safra passada era praticamente inofensiva para os produtores de milho de Goiás, começa a causar perdas irreparáveis nas lavouras. A cigarrinha do milho tem destruído parte da safra verão e já preocupa os agricultores que estão o início do plantio da safrinha. A equipe de reportagem do projeto Mais Milho passou por Campo Alegre de Goiás e registrou o prejuízo causado pelo ataque da praga que vem se alastrando no interior do estado goiano. 

O produtor rural Marino Piassa até percebeu a presença da cigarrinha na safra verão passada, mas nada que tirasse o sono do agricultor, que planta 2,2 mil hectares de milho na cidade, que fica a 260km de Goiânia. 

“Ano passado teve, mas em quantidade muito menor. Exatamente no ano passado passou até despercebido. Percebemos na colheita que muitos pés caíram, e não entendia porque ele caía. Este milho não é de cair fácil”, conta Piassa.

Um ano depois, mesmo com quatro aplicações de inseticida, a multiplicação da cigarrinha parece descontrolada. 

“Na verdade você faz a aplicação e precisa prestar muito atenção para ver o efeito ate pequeno, mas passa uma semana a tendência é ate aumentar. E hoje do jeito que tá aqui tá exagerado, muita cigarrinha”, aumenta. 

Os sintomas aparecem nas folhas e na má formação das espigas. É um inseto que suga a planta e muitas vezes transmite doenças. 
O agricultor estima uma perda de 10% da lavoura, mais de R$ 1 milhão. 

“10% são 200 hectares que vão para o lixo, se você imaginar uma média de 200 sacos por hectare, são muitos sacos de milho”, conta o vice-presidente da Abramilho, Glauber Silveira. 

“É fundamental passarmos toda esta problemática para Embrapa para que ela possa estar vindo dar uma solução, porque a Embrapa tem todo um corpo técnico, científico, que foi o que aconteceu com a helicoverpa. Aqui a gente começa a ver também um problema que vai se alastrar, então nós não podemos perder esta produção toda, este potencial todo de milho ou seja a rentabilidade do produtor, porque perder 10% do bruto é muita coisa”, completa Silveira.