Mato Grosso

Maior desafio do mercado internacional tem sido a União Europeia, dizem especialistas

Para o setor produtivo, as crescentes exigências sobre temas ambientais não teriam fundamentos, ainda mais diante do Código Florestal

As crescentes exigências da União Europeia quanto as questões ambientais tem preocupado o setor produtivo brasileiro. Na avaliação de produtores e especialistas, mais do que exigir, a Europa deve contribuir também, ou seja, desembolsar e colocar dinheiro na produção agrícola para que o produtor possa atender às suas exigências.

As exigências do mercado internacional e se o produtor brasileiro conseguirá atendê-las foram tema da segunda Live Mais Milho, realizada nesta quinta-feira (11).

Mediado por Glauber Silveira, o debate contou com a presença do diretor da Abramilho e da Maizall, Paulo Bertolini, do presidente da Aprosoja-MS, André Dobashi, e do presidente da Abiove, André Nassar.

mais milho 11 de maio de 2023
Foto: Canal Rural Mato Grosso

“Quando se fala de mercado internacional, não se restringe só à Europa. Mas ela é importante. O maior desafio de todos tem sido a Europa. A gente percebe que eles usam essas barreiras mais para proteção da sua produção. Querem impor uma visão diferente de mundo. Mas enquanto a agricultura no mundo avança, a agricultura europeia está caminhando de ré”, disse o diretor da Abramilho e da Maizall, Paulo Bertolini.

Europa desconsidera autonomia do Código Florestal

As exigências europeias, segundo os especialistas, não se restringem apenas ao Brasil. Elas são aplicadas para todos os países que exportam para ela.

Eles salientam que uma das preocupações do Brasil é o fato dos europeus desconsiderarem a lei do Código Florestal. “Eles querem impor desmatamento zero e isso afeta a nossa própria autonomia. Ela proibiu recentemente a questão dos neonicontinoides”, afirmou Paulo Bertolini.

Integração lavoura-pecuária ajuda a acumular carbono no solo
Foto: Maria Eugênia/Embrapa

Conforme o presidente da Abiove, André Nassar, as exigências da Europa valem para soja, café, carne bovina, cacau e papel e celulose. Entre as exigências estão a comprovação de que a produção não é proveniente de áreas de desmatamento.

“Eles olham onde são produzidos e exigem que o exportador precisa ter a origem comprovada através de coordenadas geográficas, para saber se o produto está associado às áreas de desmate após 2020”, destacou Nassar.

Exigências elevam custos no campo

De acordo com os especialistas, a busca por novos mercados e o fortalecimento com os que já possuem portas abertas para a produção brasileira é fundamental. O presidente da Aprosoja-MS, André Dobashi, pontuou durante o debate que debate é de sua importância.

“A gente tem que enxergar outros mercados. Eu acho que isso é natural. Vai enxergar a Índia, a China, enfim, grandes mercados que vão consumir o produto tradicional e esse vai ser sustentável também, porque nós somos sustentáveis. Então, eu acho que esses outros mercados vão continuar. Agora, atingir a União Europeia é uma questão importantíssima. É como você colocar o teu produto na prateleira premium do supermercado. Agora a discussão precisa ser justa. É um mercado que quer mais? Que pague mais”.

milho exportação
Foto: Semadesc/reprodução

Live Mais Milho todas as quintas-feiras de maio

A live integra a sétima edição do projeto Mais Milho, realizado pelo Canal Rural, pela Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) e a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).

Acompanhe outras transmissões em todas as quintas-feiras do mês de maio.

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