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Milho: produtor do RS investe mais em irrigação para diminuir riscos

Além de evitar perdas em casos de estiagens prolongadas, estratégia também visa aproveitar a valorização do cereal

Foram 30 anos plantando milho semente, uma cultura de pai para filho que a partir da próxima safra começa a mudar. E é fácil entender o motivo. O engenheiro agrônomo Leandro de Oliveira conta que, neste ano, na propriedade em que ele atua em Cruz Alta (RS), optou-se por entrar no milho comercial em virtude das condições de preço.

“A commodity está sendo bem valorizada. E sendo o manejo que a gente utiliza hoje na propriedade, com a fertilidade que ela constitui, ou seja, suas áreas junto com a irrigação, ela proporciona altas produtividades, consequentemente um custo benefício bem interessante para a gente trabalhar o milho indústria”, afirma.

Atraído pela valorização da commodity, esperando bons preços para a próxima safra, o produtor está investindo em irrigação. Além dos 18 pivôs centrais, outros três vão entrar em operação.

O produtor Ike Abreu disse que estão ultrapassando a marca de mil hectares irrigados, chegando aproximadamente a um índice de 80% irrigado.

Dos 1.200 hectares agricultáveis, 950 são irrigados. Desses, 500 hectares só com milho.

Rotação com milho

Segundo o produtor, normalmente a propriedade tem em torno de um terço de milho na rotação. “Nós estamos atingindo um sistema superior a 50% da área agricultável com milho”, diz.

E com alta produtividade. Principalmente num ano tão difícil. Em um ano de seca tão intensa, com perdas dramáticas para os produtores que plantaram o milho sequeiro, a irrigação teve um papel fundamental para garantir a produtividade.

Na região noroeste do Rio Grande do Sul, berço da irrigação no estado, alguns produtores colheram quase 300 sacas de milho por hectare.

“Buscam-se produtividades bem importantes, tendo a necessidade de obter resultados ao redor de 300 sacas por hectare. Almejado num curto espaço de tempo, projetos de 300 sacas de milho irrigado e 100 sacas de soja”, afirma Abreu.

Commodity em alta

Para Leandro Oliveira, essa é uma commodity que está em alta dentro da produção de alimentos e que dentro da propriedade isso está cada vez mais tomando corpo, ou mais área.

“A gente já projetou nos próximos anos a tendência de aumentar porque ele constitui um sistema de rotação que a gente sabe que uma área com rotação de milho prevalece o nosso manejo ideal de teto produtivo, então o milho não pode estar fora”, diz.

Segundo Ike Abreu, o milho se torna importante em todo o mundo, inclusive o milho para produção de etanol virou um produto voltado para exportação, principalmente na área de irrigação.

“Esse é um produto que incrementa as produtividades na rotação de cultura comparando com a monocultura da soja e trigo”, afirma Abreu.

“A área já está definida para próxima safra, toda ela com cobertura verde, para proporcionar já uma parte do manejo e consequentemente nos próximos dias a gente vai estar se estruturando na questão de semente e se preparando nas dissecações para que a gente consiga fazer a semeadura do milho.”

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