Mato Grosso

Milho representa quase 35% do faturamento das propriedades, diz Sindicato Rural de Maracaju

Apesar das boas expectativas, produtores terão de ser cirúrgicos diante dos custos da 2ª safra no MS

As expectativas para a segunda safra de milho são positivas e o Brasil tem chance, segundo especialistas, em superar os Estados Unidos e se tornar o maior exportador do grão. O crescimento nos embarques tem animado os agricultores sul-mato-grossenses, que hoje registram com o cereal cerca de 35% do faturamento em suas propriedades.

A previsão para a safra total brasileira de milho 2022/23 é de 123 milhões de toneladas, das quais 76% oriundas da segunda safra. A estimativa é que sejam exportadas quase 50 milhões de toneladas do grão. Somente no Mato Grosso do Sul são previstas para a segunda safra 11,2 milhões de toneladas de milho.

Campo Grande, capital do estado, foi sede da abertura nacional do plantio do milho segunda safra e palco do lançamento da sétima temporada do projeto Mais Milho nesta quarta-feira (15).

Presidente do Sistema Famasul, Marcelo Bertoni, pontua que o crescimento nos embarques no estado deve ocorrer principalmente para a China, além de outros países. Nós temos a expectativa de que o produtor realmente tenha um valor agregado melhor no seu produto mais para a frente”.

Conforme o presidente do Sindicato Rural de Maracaju, Fábio Caminha, a importância do milho é crescente nas propriedades do estado.

“A gente não consegue viabilizar a propriedade sem ter a segunda safra. Na nossa propriedade cerca de 30%, 35% do faturamento está na cultura do milho”, diz Caminha.

Produtor deverá ser cirúrgico com os custos

Apesar das boas expectativas com o volume a ser colhido e consumo do mercado interno e externo, os produtores de milho terão de ser “cirúrgicos” no que diz respeito aos custos de produção e frete.

Milho
Foto: Tony Oliveira/CNA

“O milho desta safra inicia com um custo de produção 27% superior ao ano passado. Então, o produtor tem que olhar muito a questão das suas margens”, frisa o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck.

De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja MS), André Figueiredo Dobashi, a racionalização dos investimentos já é realidade.

“Com a elevação dos custos, a gente tem que racionalizar o investimento e acaba sendo um desafio para o produtor, que está esperançoso por uma brecha para tirar a primeira cultura do campo [soja] e plantar o milho”.

Mato Grosso do Sul nesta segunda safra 2022/23 deverá plantar 2,32 milhões de hectares. Destes, apenas 5% foram semeados até o momento em decorrência ao atraso da colheita da soja.

Gerente de marketing Oeste da Brevant Sementes/Corteva, Daniela Barros, destaca que diante da situação e elevação de custos o produtor deve “usar toda a informação que ele tem e todas as pessoas que estão presentes na fazenda como aliados”.

Lançamento Mais Milho Campo Grande
Foto: Pedro Silvestre/ Canal Rural Mato Grosso

A utilização da tecnologia é outro ponto para agregar valor. Edésio Vilela, gestor comercial da Ihara para Goiás e Mato Grosso do Sul, comenta que a cada ano as empresas buscam levar novas tecnologias para o campo “agregando, melhorando produtividade para que o produtor progrida e tenha uma safrinha de qualidade, uma safrinha melhor e mais produtiva”.

Segundo o diretor de Negócios de Milho da Bayer, Rodrigo Nuernberg, “é importante que cada região entenda como usar os insumos e o manejo corretos para que consiga ter sucesso diante desse cenário um pouco mais desafiador do que aquilo que a gente encontra normalmente”.

Mais Milho leva informação ao campo

O projeto Mais Milho em 2023 chega a sua sétima temporada e tem como objetivo abordar os desafios da nova safra do cereal dentro e fora do campo.

“O projeto Mais Milho é um projeto de informação, de capacitação. De trazer realmente assuntos e termas que possam contribuir e que possa obter maiores produtividades, traze mais renda e benefícios ao produtor”, explica o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira.

 

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