A estiagem registrada no Paraguai também afetou o potencial produtivo das lavouras de milho segunda safra nesta temporada, especialmente nas regiões cultivadas mais ao Norte do país. Segundo levantamento da Câmara Paraguaia de Exportadores e Comercializadores de Cereais e Oleaginosas (Capeco), a produtividade das plantações deve ficar próxima de 4.117 quilos do grão por hectare, abaixo do registrado na safrinha de 2019, de 5.672 quilos por hectare.
“Acreditamos que em muitas localidades, o rendimento dessas lavouras deverão ficar abaixo de 4 mil quilos de milho por hectare. A produtividade quebrou significativamente nessa safra, deveremos ter uma perda de 40% por conta da estiagem”, explica Ricardo Gratieri, sócio-gerente da Marangatu Insumos Agrícolas.
O cenário é decorrente da ausência de chuvas desde o início da semeadura do cereal. Em muitas regiões, o plantio da segunda safra de milho ocorreu entre os meses de fevereiro e março, fora da melhor janela ideal de cultivo para a cultura. “Só essa situação já nos limita em potencial produtivo devido à falta de luminosidade”, completa Gratieri.
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Após a emergência do milho, muitas plantações mais ao Norte do país registraram um período de quase 50 dias sem chuvas, em outras, o volume acumulado de precipitações ficou ao redor de 10 milímetros.
Em Mbaracayú, Alto Paraná, na propriedade do agricultor Ademir Schneider, algumas áreas enfrentaram uma estiagem de 43 dias. “É uma situação complicada, as chuvas estão muito manchadas, algumas áreas não receberam chuvas e outras registram um acumulado próximo de 20 milímetros. Acreditamos em perdas entre 40% a 50% na produtividade das lavouras e milho nesta safra, poucas áreas vão chegar a 5 mil quilos por hectare”, acredita o produtor.
Já mais ao Sul da região produtora, o quadro é um pouco mais otimista, já que as precipitações beneficiaram o desenvolvimento das lavouras do cereal. Essa é a situação registrada na propriedade do produtor Márcio Giordani Mattei, em Santa Rosa Del Monday. “Estamos na região abençoada por chuvas, com isso, o milho apresenta boas condições. Nós ainda temos boas expectativas, com produtividade acima de 6 mil quilos de milho por hectare”, destaca.
Apesar da perspectiva favorável, o agricultor ainda reforça que as lavouras de milho ainda precisam de chuvas na região. “As plantações estão muito bonitas, mas não pode faltar chuva, caso contrário, poderá comprometer o enchimento de grãos. Até o momento, as previsões climáticas têm indicado algumas chuvas para a nossa região na próxima semana”, diz Mattei.
