Produção de grãos no Rio Grande do Sul recuará 7,05% em 2015/2016

Emater projeta que plantio totalizar 7,352 milhões de hectares, alta de 0,74%

Fonte: Diego Rossi/Três de Maio (RS)

A Emater/RS-Ascar e a Secretaria de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo (SDR) projetam que a safra de verão 2015/2016 (arroz, feijão primeira safra, milho e soja) do Rio Grande do Sul apresentará uma queda de 7,05% da produção, para 27,955 milhões de toneladas, enquanto a área plantada deve apresentar um pequeno aumento (0,74%), chegando a 7,352 milhões de hectares. As estimativas foram divulgadas hoje, dia 31, durante a 38ª Expointer, em Esteio. 

– É importante salientar que, mesmo ocorrendo uma diminuição de 7% na produção, em relação ao ano passado, a produção projetada para a safra 2015/2016 é 10,46% maior que a média das últimas cinco safras – afirmou o presidente da Emater/RS, Clair Tomé Kuhn. 

Entre as culturas, arroz (-2,23%), feijão 1ª safra (-5,68%) e a do milho (-9,73%) deverão ter uma redução de área em 2015/2016. A diminuição da área do milho, segundo o levantamento, se deve à queda nos preços do grão, que acaba perdendo área para a soja, já que a oleaginosa possui uma relação de preços mais favorável aos produtores.

A soja deve ocupar uma área 3,14% maior em 2014/2015, ou 165 mil hectares. Deste total, cerca de 80 mil deverão ser em áreas novas, especialmente na metade sul do estado.

Para o Valor Bruto de Produção (VBP), a expectativa é de que ele some R$ 24,5 bilhões em 2015/2016. 

Repercussão

A projeção da Emater para a área de soja em 2015/2016 ficou dentro do esperado pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS). Para a entidade, o grande desafio para o produtor é o aumento no custo de produção da oleaginosa. Devido à elevação nos preços de itens que compõem os custos, como fertilizantes, o momento é de cautela.

Segundo o presidente da entidade, Paulo Pires, ainda não é possível mensurar a produtividade, já que os dados dependem bastante de como o clima irá se comportar.

– Pode ser que tenhamos uma coincidência boa com aumento de área e de produtividade, apesar de que dificilmente iremos repetir um ano tão excepcional em termos de produtividade como na safra passada. As áreas técnicas das cooperativas colocam isso com muita propriedade – disse, em nota

Para o milho, Pires afirmou que o aumento da área de soja sobre a cultura é uma tendência, mas, com relação à produção, o estado caminha para o plantio do milho de pivô de irrigação, que tem alta produtividade.