O confinamento de bovinos de corte é uma atividade crescente na pecuária brasileira, embora ainda muito pequena se comparada à pecuária a pasto. Esse crescimento tem ocorrido ao longo do tempo em função do aumento de tecnologias disponíveis, maior disponibilidade de grãos e, é claro, devido às vantagens que a técnica traz na produção de carne bovina.
O Canal Rural recebe muitas dúvidas sobre o assunto e ouviu o pesquisador Sérgio Raposo, da Embrapa Gado de Corte, para explicar como o pecuarista que opta pelo confinamento pode se beneficiar da suplementação.
Suplementação
A grande vantagem do confinamento é o maior controle de tudo que se dá ao animal. Isso deve ser estabelecido em conjunto com técnicos para que seja feito de acordo com estratégias nutricionais mais adequadas para o tipo de criação, época do ano e condições do ambiente.
A partir desse controle, a dieta é baseada no uso de forragem e volumoso (silagem). Por isso, o produtor acaba utilizando a suplementação proteico-energética.
Um dos conceitos mais importantes na formulação de dietas para bovinos em confinamento é que não há uma receita pronta. Cada situação possui uma dieta ideal, que varia em função de alimentos e preços disponíveis, entre outros fatores.
Volumosos
Alimentos volumosos são aqueles que têm alto teor de fibra e baixo valor energético. Existem diferentes tipos de volumoso:
• Forrageiras destinadas ao pastejo (pastagem)
• Forrageiras fornecidas verdes e picadas no cocho, como capineiras e cana-de-açúcar
• Silagens, que são forrageiras verdes picadas e armazenadas em silos; conservadas por fermentação
• Fenos, conservados por desidratação; em geral, qualquer gramínea pode ser transformada em feno
A escolha deve ser realizada principalmente com base na disponibilidade local de área, maquinário, mão de obra e recursos financeiros. Além disso, fatores como flexibilidade de uso e custo da energia devem ser analisados. São opções:
• Silagem de milho
• Silagem de sorgo
• Silagem de capim
• Cana-de-açúcar
• Polpa cítrica
Concentrados
São alimentos com baixo teor de fibra e alto valor energético. São, portanto, concentrados em nutrientes, se comparados ao volumoso. São exemplos de insumos utilizados nos concentrados: caroço de algodão, sorgo, soja crua.
PARA SABER
Qual a diferença entre sal comum e sal mineral?
O sal comum contem apenas cloro e sódio e, normalmente, algum iodo. Ele não deve ser dado como suplementação para o gado, porque as pastagens são deficientes de outros minerais que o sal comum não fornece.
E, atenção: a utilização inadequada de ureia no sal mineral pode intoxicar os animais. Na dúvida, peça orientação de um técnico agropecuário ou médico veterinário.
Já o sal mineral é a mistura do sal comum com outros ingredientes minerais. É preciso lembrar que o produto não serve para que o animal ganhe peso, mas sim para melhorar o aproveitamento dos alimentos fornecidos ao gado.