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Veja quais reflexos do preço do petróleo no mercado do milho

A guerra de preços entre Rússia e Arábia Saudita, dois dos maiores produtores globais de petróleo, fizeram os preços da commodity despencarem nesta segunda-feira, 9, e influenciaram as cotações no mercado de commodities agrícolas. O barril do Brent fechou o dia a US$ 34,6, um recuo de 24,10% e o petróleo WTI registrou uma perda de 24,6%, cotado a US$ 31,13. 

O analista de mercado da Agrinvest, Eduardo Vanin, explica que no caso do petróleo há uma queda significativa no consumo relacionado ao coronavírus, principalmente na China. “E temos uma ampla oferta, então, o cenário é muito ruim se considerarmos o mercado de energia como um termômetro da atividade econômica global”, afirma. 

Já para o produtor brasileiro de milho, dois impactos podem ser observados, ainda segundo o especialista. O primeiro é na paridade de exportação, que é baseada nas cotações futuras negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT). No pregão da segunda-feira caótica, os primeiros vencimentos do cereal caíram quase 1% no mercado internacional. 

“E em um dia de queda como nesta segunda-feira, temos uma queda para paridade de exportação no milho. Com isso, o cereal para exportação fica mais barato, prejudicando os embarques brasileiros”, alerta Vanin. 

Outro reflexo que pode ser visto no mercado do grão é a queda nos preços do etanol, decorrente do recuo nos preços da gasolina, especialmente em Mato Grosso. O mercado de etanol a partir de milho está crescendo rapidamente no estado mato-grossense. Em 2020, cerca de 8 milhões de toneladas de milho deverão ser utilizadas para essa finalidade no estado.

“Com isso, se a gasolina cair forte em função da queda do petróleo no mercado internacional, o etanol de milho irá cair também em Mato Grosso e isso pode complicar a viabilidade da operação e impactar negativamente a remuneração para o produtor. O milho brasileiro pode ficar um pouco mais barato se o etanol continuar caindo”, destaca o analista da Agrinvest.