Sojicultores da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul conseguem aumentar produção agrícola com manejo do solo

Em Manoel Viana, mesmo com condições originais do solo longe do ideal, produtores conseguem ter êxito nas lavourasAs condições originais do solo estão longe do ideal na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Mesmo assim, sojicultores têm conseguido bons resultados nas lavouras. Na região de Manoel Viana, a produção agrícola tem crescido nos últimos anos graças às técnicas de manejo do solo adotadas pelos produtores.

O município de Manoel Viana cresceu às margens do Rio Ibicuí. Aliás, é sobre o rio, na entrada da cidade, que está um dos principais monumentos: a ponte General Osório, construída na década de cinquenta. O município, com oito mil habitantes, tem na agropecuária a principal fonte econômica. São 34 mil hectares de soja, oito mil de milho, sete mil de arroz e no inverno quatro mil hectares de trigo. Tem ainda a criação de gado.

Metade da área do município de Manoel Viana é composta por este tipo de solo. Um arenito frágil, leve e suscetível à erosão tanto da chuva quanto do vento. A agricultura nestas condições só é possível com muito trabalho e paciência, para construir um sistema sustentável.

Um exemplo é uma fazenda da região. 250 hectares de milho estão sendo colhidos e outros 850 hectares de soja se desenvolvem muito bem. Quem começou o trabalho por aqui foi o produtor Antonio Carlos Frizzo Nemitz. Quando adquiriu a fazenda, há 38 anos, o solo estava todo degrado, mesmo assim insistiu na agricultura, mas daí até acertar o manejo, foi preciso persistência.

Hoje quem ajuda a tocar a fazenda é a Carla Nemitz, filha de Antonio. Formada em Agronomia, é ela quem faz todo o planejamento. O foco é solo. Aqui se pode ver a nítida diferença entre o solo original da fazenda e como ficou na área de lavoura. Resultado de 25 anos de trabalho.

O resultado é a boa produtividade. Em algumas safras, a média chegou a 58 sacas de soja por hectare.

O plantio direto na palha foi o que impulsionou a agricultura no município. Hoje, a maioria dos produtores adota o sistema, de acordo com o vice-presidente do sindicato rural da cidade, Caio Menitz.