O dólar comercial fechou com leve alta de 0,05% no mercado à vista, cotado a R$ 5,6100 para venda, em sessão de forte volatilidade e amplitude da moeda, refletindo a espera dos investidores em relação ao consenso entre democratas e republicanos sobre a aprovação de um novo pacote de estímulo fiscal nos Estados Unidos. A democrata e presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, prometeu que uma definição sairia ainda nesta terça, 20.
“A ansiedade tomou conta do mercado, na medida em que a tão aguardada reunião entre Pelosi e o secretário do Tesouro [dos Estados Unidos] Steven Mnunchin, não tinha seu início anunciado”, comenta o diretor da Correparti, Ricardo Gomes.
Ele acrescenta que, sem a reunião até o fechamento dos negócios, o mercado partiu para o viés de cautela, no qual a moeda saiu do nível de R$ 5,55 para R$ 5,61 na reta final da sessão.
A equipe econômica da Nova Futura Investimentos avalia que, na falta de um consenso para a aprovação do pacote nesta semana, só deverá sair após as eleições presidenciais, em 3 de novembro. Além disso, a sinalização de um pacote para estimular a economia de lá é vista como positiva pelo mercado, elevando o apetite por risco.
“O aquecimento da maior economia do mundo faz com que muitos agentes elevem suas projeções para o crescimento da economia global. Caso o pacote trilionário não se conclua antes do pleito [eleitoral], investidores já precificam que haverá ajuda à economia dos Estados Unidos independentemente de quem venha assumir a Casa Branca”, destacam os economistas da corretora.
Nesta quarta, 21 na agenda de indicadores, o destaque fica para a divulgação do Livro Bege, relatório com a avaliação da situação econômica dos Estados Unidos, publicado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
Para o economista da Guide Investimentos, Alejandro Ortiz, ao passo que há uma relativa ausência de notícias relacionadas ao cenário fiscal doméstico e com os desdobramentos quanto ao pacote de ajuda nos Estados Unidos, deverá ser uma sessão de “redução” de aversão ao risco.
“Acredito que o Mnuchin e a Pelosi vão entrar em acordo definitivo, mas isso não significa que um pacote seja votado até as eleições”, pondera.
Por Agência Safras