Dólar fecha em queda em meio às incertezas sobre pacote nos EUA

O dólar comercial fechou em queda de 0,37% no mercado à vista, cotado a R$ 5,5950 para venda, em sessão de volatilidade e com investidores à espera de novidades nas tratativas em torno de um novo pacote de estímulos nos Estados Unidos. Apesar da presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, afirmar que democratas e republicanos estão estreitando as diferenças sobre o acordo, avanços ainda não foram anunciados.

O gerente de mesa de câmbio da Correparti, Guilherme Esquelbek, reforça que o movimento de queda da moeda ao longo da segunda parte dos negócios acompanhou as sinalizações positivas para aprovação do acordo dadas por Pelosi em uma entrevista no início da tarde, no qual disse ser “possível aprovar estímulos antes das eleições” presidenciais, em 3 de novembro.

“O viés de queda voltou na parte da tarde acompanhando o exterior em meio às sinalizações positivas sobre o pacote, chegando a trabalhar abaixo do nível de R$ 5,57”, comenta. A moeda norte-americana renovou mínimas sucessivas a R$ 5,5640 após as declarações da presidente da Câmara.

O economista da Guide Investimentos, Alejandro Ortiz, reforça que o otimismo persiste no mercado em meio à um novo pacote de estímulos em vista, apesar de apostar que a possibilidade de aprovação de uma ajuda à economia norte-americana antes das eleições é “nula”.

Mais tarde, tem o último debate entre o presidente norte-americano, Donald Trump – que tenta a reeleição – e o candidato democrata Joe Biden, que tem aparecido com uma pequena vantagem nas pesquisas de intenção de votos.

Para a equipe econômica do Banco Fator, o desempenho dos candidatos pode “agitar opiniões” e refletir no mercado amanhã, dia de divulgação das prévias de outubro dos índices dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da atividade industrial e de serviços dos Estados Unidos, da zona do euro e da Alemanha.

Enquanto isso, prossegue “o precário” encaminhamento do pacote fiscal e das incertezas com a eleição, destacam os analistas do banco. “O movimento não deve ser diferente [de hoje] em relação ao pacote de estímulo norte-americano. E a ausência de notícias negativas em relação a política brasileira deve seguir beneficiando o comportamento do real frente ao dólar”, diz Ortiz.

Por Agência Safras