O dólar comercial fechou em queda de 0,52% no mercado à vista, cotado a R$ 5,0800 para venda, em sessão de apetite ao risco no exterior com investidores digerindo a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vista como suave (“dovish”) e com a expectativa renovada após sinais de avanços nas negociações para a aprovação de um novo pacote de estímulo fiscal nos Estados Unidos.
Para o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, o desempenho da moeda esteve “em linha” com o mercado externo, onde perdeu terreno para moedas pares e de países emergentes em dia de procura por risco em meio às expectativas por um novo pacote de estímulo fiscal à economia norte-americana. “Reagiu também a um fluxo cambial de ingressos de recursos para a bolsa brasileira”, acrescenta.
Nesta quinta, 17, o líder da maioria no Senado dos Estados Unidos, o republicano Mitch McConnell, declarou que um acordo está próximo, renovando apelos de que o Congresso precisa aprovar a ajuda rapidamente. Já a presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi, indicou que houve avanços nas negociações pela manhã.
O analista da Toro Investimentos, Daniel Herrera, observa que, apesar do movimento baixista na sessão e da proximidade do fim do ano, a percepção é de que há “uma resistência” para romper o patamar de R$ 5 após a moeda ter batido a mínima de R$ 5,01 no início da semana.
“A trajetória é de queda faz algumas semanas, mas o dólar não consegue ir abaixo disso. Observamos então essa resistência nesse nível importante, mesmo com um cenário externo benigno”, diz o analista, ponderando que não vê o cenário fiscal doméstico como motivo que “segura” uma queda mais intensa da moeda, voltando aos níveis abaixo de R$ 5.
Nesta sexta, 18, com a agenda de indicadores mais fraca e encerramento da última semana cheia do ano, Herrera reforça que o movimento da moeda estrangeira tende a ser lateral. “Sem eventos e sem novas notícias, principalmente vindas do exterior, [o dólar] tende a seguir um movimento mais lateral. Acho muito difícil ele engatar uma alta muito expressiva”, comenta.
Por Agência Safras