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Confira 8 dicas para reduzir a deriva dos herbicidas para soja

Pensando em uma agricultura sustentável e cada vez mais dinâmica, o professor Ulisses Antuniassi, da Unesp, separou algumas informações importantes sobre o tema

Foto: Daniel Popov

Entre os princípios básicos para a agricultura sustentável atual, destaca-se o uso de defensivos agrícolas por meio da aplicação de insumos de forma racional, inteligente e eficaz. Alguns fatores podem se tornar desafiadores para o produtor rural, por isso, ele deve estar atento ao manejo correto, afirma Ulisses Antuniassi, professor titular do Departamento de Engenharia Rural da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Segundo Antuniassi, a deriva de produtos como o dicamba é um exemplo que pode atrapalhar a etapa de pulverização, elevar os gastos e trazer prejuízos. A deriva ocorre pela volatilização dos ingredientes ativos ou pelo deslocamento físico das gotas.

“Deriva física é o movimento das gotas para fora da área de aplicação, enquanto deriva de vapor é o movimento do produto após o ingrediente ativo ser convertido de sua forma gasosa. Quando acontece, ela pode ocasionar danos às áreas suscetíveis no entorno das aplicações e a redução da dose aplicada no tratamento, diminuindo a eficácia e induzindo a seleção de espécies resistentes”, diz o professor.

Outro percalço da deriva é que ela pode gerar contaminação do ambiente e o aparecimento de resíduos ilegais de produtos em lavouras vizinhas.

Considerando os principais fatores causadores da deriva, o professor Antuniassi separou algumas dicas importantes para a redução do risco:

  1. Siga a bula dos produtos para garantir o uso correto e seguro, com risco mínimo para o meio ambiente. Muitas queixas de deriva envolvem aplicação em discordância com as bulas dos produtos;
  2. Selecione ingredientes ativos ou formulações não voláteis ou de baixa volatilidade;
  3. Caso haja recomendação, use adjuvantes de acordo com as bulas. Isso resultará em melhor eficácia e, geralmente, menor potencial de deriva;
  4. Use pontas com orifício de maior tamanho e menor pressão de pulverização, preferencialmente os modelos com indução de ar, produzindo gotas maiores com menor potencial de deriva. Use as pontas de ângulo 110 o ou superior, mantendo a barra estável, nivelada e com altura de no máximo 50 cm acima dos alvos;
  5. A deriva é menor quando a velocidade média do vento está entre 3 e 10 km/h.
  6. Não pulverize quando não houver vento, situações em que pode haver inversão térmica ou correntes convectivas (estes fenômenos meteorológicos causam a flutuação das gotas).
  7. Não pulverize quando o vento estiver com velocidades elevadas (acima de 10 km/h, em média), ou ainda quando estiver soprando em direção a culturas sensíveis, jardins, habitações, gado, fontes de água ou outras áreas sensíveis;
  8. Quando possível, use menores velocidades de aplicação. À medida que a velocidade da aplicação aumenta ocorrem efeitos não intencionais em outros parâmetros da aplicação que podem aumentar a deriva.

O sucesso da operação de pulverização depende de diversos fatores. Entretanto, ressalta o expert, duas questões são unânimes entre os especialistas no assunto:

A necessidade de adequação da tecnologia de aplicação às condições meteorológicas e os ajustes para a redução da deriva.

“Estes dois fatores se relacionam diretamente com as janelas de aplicação (horários disponíveis para o trabalho). Na maioria dos casos, a inadequação deste ajuste pode levar a pulverização a ser realizada em situações extremas, expondo o sistema ao maior risco de deriva. Este fato pode desequilibrar a relação entre a qualidade e a segurança nas aplicações, o que prejudica a sustentabilidade de todo o processo”, diz

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