Informação garante bom uso da biotecnologia

Pesquisa do Conselho de Informações sobre Biotecnologia tira dúvida dos produtores rurais sobre as boas práticas agrícolas que garantem a sobrevivência das tecnologias

Rikardy Tooge | São Paulo (SP)

A biotecnologia é uma importante aliada do produtor na hora de garantir uma boa safra, e o conhecimento faz diferença na hora da colheita. Pensando nisso, o Projeto Soja Brasil, em parceria com o Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), realizou uma pesquisa em que testa a percepção do produtor rural sobre o uso da tecnologia.

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A tecnologia está presente em 93% da área de soja do país. As sementes modificadas geneticamente, também conhecidas como transgênicas, ajudam o produtor a ter um resultado melhor em menos área plantada. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2014/2015 de soja, a produção brasileira cresceu 11,7%, alcançando mais de 96 milhões de toneladas, com aumento na área plantada próximo a 6%.

– É indiscutível o papel que as novas tecnologias têm para a gente chegar aonde chegamos, em termos de produtividade e uso da terra. Se não fossem essas tecnologias que temos hoje. Você não precisa crescer área por conta do aumento de produtividade e melhoria de manejo. É superimportante para que o Brasil possa ganhar cada vez mais recordes de produtividade, sem converter área – explica o diretor-geral da consultoria em sustentabilidade Agroicone, Rodrigo Lima.

CIB Responde

É pensando em transmitir mais conhecimento que o CIB resolveu criar uma pesquisa para avaliar a percepção dos agricultores sobre o uso das tecnologias nas lavouras. Mais de 400 produtores participaram de uma pesquisa interativa. Essas perguntas também puderam ser respondidas no site do Soja Brasil. A resposta vem agora.

A primeira pergunta era opinativa: A biotecnologia trouxe benefícios para a lavoura? Para 81%, a resposta é sim.

– Nós do CIB acreditamos que a biotecnologia trouxe benefícios também. Apesar dos ganhos de produtividade, vemos alguns benefícios ambientais que a tecnologia trouxe. O produtor deixa de lançar mais produtos, e aí tem um benefício, uma facilidade de manejo – argumenta da diretora-executiva do CIB, Adriana Brondani.

O conselho também perguntou quais são os produtos transgênicos que o Brasil cultiva no campo. A maioria acertou: soja, milho e algodão. Mas isso não significa que não existam estudos para outras culturas.

– Hoje, por exemplo, temos para aprovação vacina para dengue, existem vacinas para suínos que são feitas com modificação genética. Então tem algumas vantagens, produtos que estão sendo analisados que podem trazer benefícios para a saúde humana – projeta Rodrigo Lima, da Agroincone.

A outra questão foi relacionada às sementes Bt, que são resistentes a insetos. O que, na visão do agricultor, é a preservação dessa tecnologia. 70% dos produtores acertaram: isso depende da adoção de áreas de refúgio e boas práticas agrícolas.

– Os estudos mostram que nós podemos levar de 12 a 15 anos para desenvolver um produto novo. Realmente quando o agricultor compra essa tecnologia, ele tem que ter também a preocupação de preservar. Na realidade, o que a gente viu na pesquisa é que os agricultores reconhecem a sua responsabilidade nesta preservação – explica Adriana Brondani.

A última pergunta tratou da resistência de insetos. Essa questão foi a que mais gerou dúvida entre os agricultores, mas a maioria acertou.

– A resistência pode acontecer espontaneamente, como qualquer resistência biológica. O que nós destacamos nessas alternativas é que realmente em uma tecnologia Bt nós podemos encontrar insetos resistentes à tecnologia que podem se multiplicar. Por isso a área de refúgio é muito importante. É uma área que insetos suscetíveis possam cruzar, garantindo que a população de pragas na lavoura não terá 100% de resistência – responde Adriana.

A pesquisa do CIB continua. Uma nova rodada de perguntas e respostas segue para o Fórum Soja Brasil, em Esteio (RS), durante a Expointer 2015. Em breve, os internautas do Projeto Soja Brasil poderão responder essas perguntas.

Veja a reportagem:

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