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Rio Grande do Sul inicia a colheita da soja e produtividade mostra perdas

Foram relatadas colheitas em Santa Rosa, Soledade, Erechim e Frederico Westphalen. Produtividades estão abaixo do esperado. Tem região esperando com perdas de 40%

Apesar de alguns produtores já terem relatado o início da colheita da soja da safra 2019/2020, somente agora a Emater-RS relatou em seu relatório semanal a largada nos trabalhos. Segundo a entidade os trabalhos avançaram por 1% da área de 5,956 milhões de hectares semeados. Para a Emater, onde choveu a produtividade deve ser normal, entretanto as estiagens trouxeram sintomas de déficit hídrico nas lavouras e redução na produtividade.

“O desenvolvimento da cultura foi moderado no período, variando conforme a ocorrência das chuvas nas regiões. Nas áreas onde as precipitações atingiram volumes adequados, as perspectivas de produtividade são normais. Já nos locais onde o volume foi menor ou nas quais não ocorreram precipitações, a soja apresenta sintomas de déficit hídrico e aponta para redução na produtividade”, afirma a entidade.

Além dos 1% de áreas colhidas, as lavouras no estado se dividem em: 8% na fase de desenvolvimento vegetativo, 27% em floração, 58% na fase de enchimento de grãos, 6% maduro para colher.

Por enquanto, foram relatadas colheitas em Santa Rosa, com 1% da área, Soledade (abaixo de 1%), Erechim (com 2% da área colhida) e Frederico Westphalen, com 3% da área já retirada de campo.

“Em Erechim, o aspecto geral é muito bom, porém, nas primeiras lavouras colhidas, a produtividade ficou abaixo do esperado. A produtividade obtida variou entre 40 e 50 sacos por hectare. Para as cultivares de ciclos normal e nas tardias, a produtividade poderá ficar comprometida caso não ocorram precipitações adequadas nos próximos dias”, diz a Emater.

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Veja por região

Ijuí

Por lá, 9% das lavouras estão em fase de desenvolvimento vegetativo, 18% em floração, 66% em enchimento de grãos e 7% na fase de maturação. Segundo a Emater, a cultura evoluiu rápido para o estádio reprodutivo, com a maior parte das lavouras em floração e enchimento de grãos.

“No período ocorreram altas temperaturas e baixos volumes de chuvas. Em municípios onde as precipitações foram reduzidas, já se observa morte de plantas nos locais de solo raso ou altamente compactados; nas lavouras em floração, constatou-se grande queda de flores. Em outras lavouras em início de maturação, houve queda acentuada de vagens e folhas baixeiras, reduzindo o potencial produtivo.”

Já para as lavouras implantadas em setembro e que foram irrigadas, a previsão é de alta produtividade.

“As lavouras cultivadas nessa mesma época em sequeiro também apresentam queda no rendimento.”

Santa Rosa

Por lá, 9% das lavouras implantadas estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 36% em floração, 52% em enchimento de grãos, 3% das áreas encontram-se em maturação e 1% foi colhido.

“As altas temperaturas verificadas durante a semana, aliadas à falta de chuvas, preocupam os agricultores, mas o período não se refletiu em perdas significativas. A situação melhorou com a volta das chuvas e maior nebulosidade do final da semana. A cultura avança rapidamente para o estágio reprodutivo.”

Segundo a Emater, o período de plantio e o ciclo da variedade também têm sido determinantes.

“As lavouras semeadas bem no cedo, com variedades precoces, apresentam elevado percentual de perdas em relação à expectativa inicial, se comparadas às lavouras semeadas em final de outubro e durante novembro.”

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Santa Maria

A maior parte da cultura encontra-se no período reprodutivo, durante o qual a planta é mais exigente em termos de umidade e nutrientes.

“Há muitas lavouras onde houve problemas de germinação ou morte de plântulas; algumas áreas foram replantadas e outras estão desuniformes, com baixo estande de plantas, afetando negativamente o potencial produtivo das lavouras.”

Pelotas

As lavouras estão predominantemente nas fases de floração e enchimento dos grãos, que são as mais críticas em relação à falta de água. Segundo a Emater, as precipitações que aconteceram na semana foram novamente esparsas, localizadas e com volumes bastante variados.

“Em geral, foram insuficientes para as necessidades da cultura. As perdas de produtividades já acontecem, devendo se intensificar se as precipitações se mantiverem em baixos volumes nas próximas semanas. Na região são estimadas até o momento perdas de 17% na produtividade. Em municípios como Capão do Leão, as perdas já atingiram 45% da produção esperada inicialmente e 40% em Santana da Boa Vista e Pinheiro Machado.”

Bagé

O estádio é reprodutivo em 80% das lavouras (floração e enchimento de grãos) e outros 18% estão em desenvolvimento vegetativo. No restante dos municípios da região, estima-se que 40% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo e 60% em floração e enchimento de grão.

Apesar de esparsa e com pouco volume, a ocorrência de precipitações no final da semana na maior parte dos municípios da região trouxe alívio para os agricultores afirma a Emater.

Os maiores acúmulos foram em São Borja, Itacurubi e Itaqui, na Fronteira; em áreas da região Sul, próximas a Bagé, os volumes foram reduzidos ou sequer houve precipitação. Em Manoel Viana, as lavouras foram prejudicadas pela falta de chuva e por temperaturas muito altas, principalmente nas áreas mais arenosas; em algumas delas, ocorreu morte de plantas.”

Passo Fundo

Por lá, 98% das lavouras estão na fase de enchimento de grãos e 2% estão maduras e por colher.

“A falta de chuvas nas últimas semanas está prejudicando a cultura, mais afetada nos municípios de Camargo, Casca, Ernestina, Nova Alvorada e São Domingos do Sul.”

Soledade

As fases da cultura são as seguintes: 5% em desenvolvimento vegetativo, 34% em floração, 60% em enchimento de grãos e pequenas áreas colhidas.

Segundo a Emater, as lavouras em florescimento, formação de vagens e enchimento de grãos recuperaram altura e área foliar com as chuvas de janeiro, porém em fevereiro praticamente não choveu e em muitas lavouras as folhas de baixo começam a cair.

“Em áreas de lavouras onde o sistema radicular da soja é pouco profundo, as plantas apresentam as folhas murchas, característica de estresse hídrico. Da área total cultivada na região, não chegam a 1% as lavouras implantadas no cedo com variedades superprecoces e precoces, atingidas pela estiagem nas fases de formação de vagens e enchimento de grãos e tiveram grandes perdas.”

A Emater relata que, por conta disso, muitos agricultores que financiaram as lavouras estão procurando as agências bancárias para acionar o seguro agrícola.

Frederico Westphalen

As lavouras se encontram nas seguintes fases: 8% em desenvolvimento vegetativo, 22% em floração, 52% em enchimento de grãos, 15% em maturação e 3% das lavouras já foram colhidas.
“As lavouras semeadas em início de outubro representam 20% da região e são as mais adiantadas. A produtividade está entre 30 e 45 sacos por hectare. Nas lavouras semeadas em novembro, o desenvolvimento é bom e a expectativa de redução na produtividade devido ao estresse hídrico é restrita a determinadas áreas.”

Erechim

Por lá, 5% das lavouras estão na fase de floração, 80% em enchimento de grãos, 13% em maturação e 2% delas já foram colhidas.

Segundo a Emater, o aspecto geral é muito bom, porém, nas primeiras lavouras colhidas, a produtividade ficou abaixo do esperado.

“Nas variedades precoces houve redução no número de vagens e de grãos por vagem e no peso dos grãos. As perdas nessas lavouras são significativas em relação à expectativa inicial, mas tais áreas representam menos de 10% da área total cultivada na região. A produtividade obtida variou entre 40 e 50 sacos por hectare. Para as cultivares de ciclos normal e nas tardias, a produtividade poderá ficar comprometida caso não ocorram precipitações adequadas nos próximos dias.”

Caxias do Sul

A fase de desenvolvimento predominante é a de enchimento de grãos, algumas áreas estão em floração e outras semeadas mais no cedo com variedades precoces entram em maturação.

“As lavouras têm bom desenvolvimento, mas o prolongamento da seca, com a semana sem ocorrência de chuvas nos principais municípios produtores, fez com que as lavouras apresentassem sintomas de falta de água e consequente perda de potencial de rendimento.”

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